Minh Hoang - 6..set.2016/Reuters | ||
O ex-presidente franc�s Fran�oi Hollande |
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Mundo
Thursday, 01-Aug-2024 08:19:41 -03Hollande prometeu ser pr�ximo ao povo, mas sai debaixo de reprova��o
DA AFP
14/05/2017 13h32
Fran�ois Hollande havia prometido ser um "presidente normal" pr�ximo ao povo. Mas neste domingo (14) saiu do Pal�cio Eliseu, em Paris, como um dos chefes de Estado mais impopulares da Fran�a, deixando para tr�s um cen�rio pol�tico muito complexo.
A isso se soma a humilha��o de ter cedido as r�deas do pa�s a um ex-conselheiro de 39 anos, Emmanuel Macron, praticamente novato na pol�tica, eleito com a promessa de romper com seus cinco anos no poder.
Incompreendido, criticado inclusive dentro de sua pr�pria maioria, Hollande se imp�s como chefe de guerra, encadeando as opera��es militares no exterior com uma determina��o em total contradi��o com sua imagem em pol�tica interna.
Diante de cada novo ataque –Os atentados terroristas deixaram 239 mortos na Fran�a desde 2015– adotou com �xito seu papel de pai da na��o, consolando um pa�s ferido.
Mas isso n�o foi suficiente para melhorar sua imagem negativa, agravada ainda mais por um livro de confid�ncias feitas a dois jornalistas publicado em outubro de 2016, e por sua incapacidade em conseguir uma maioria para aplicar seu programa econ�mico.
Ao fim de seu mandato, a figura presidencial ficou abalada. "� preciso restaur�-la (...) encontrar um presidente que saiba tra�ar o caminho", resume o ex-ministro das Rela��es Exteriores, Dominique de Villepin.
Em 2012, Hollande, o primeiro presidente socialista desde Fran�ois Mitterrand (1981-1995), prometeu ser o oposto do l�der em fim de mandato Nicolas Sarkozy. Sua presid�ncia "modesta" devia romper o estilo "extravagante" de seu rival.
'MUITOS SONHOS'
No entanto, sua popularidade come�ou a cair desde seus primeiros meses no poder. As cr�ticas foram muitas: "n�o sabe tomar uma decis�o", "n�o tem autoridade".
Em 2013, a legaliza��o do casamento gay –uma reforma prometida durante sua campanha– provocou uma profunda rachadura na sociedade francesa.
O aumento sem precedentes da press�o fiscal aos lares e �s empresas, acompanhado de uma queda do gasto p�blico, provocou a hostilidade de boa parte da classe m�dia.
Para lutar contra taxas de desemprego em torno de 10%, o presidente optou no meio do mandato por dar uma guinada socioliberal que lhe valeu uma chuva de cr�ticas da ala esquerdista do partido socialista e a sa�da de v�rios ministros.
Esta hostilidade a uma pol�tica considerada muito favor�vel �s empresas culminou no in�cio de 2016 com uma guerra no Parlamento com os rebeldes de seu pr�prio partido, contr�rios a uma reforma da legisla��o trabalhista.
A reforma levou ao mesmo tempo dezenas de milhares de trabalhadores, jovens e estudantes �s ruas em grandes manifesta��es.
"Muitos de seus eleitores tiveram a desagrad�vel sensa��o de terem sido enganados. Simplesmente lhes vendeu muito sonhos", estimaram os dois jornalistas que publicaram o livro de confid�ncias, G�rard Davet e Fabrice Lhomme.
MACRON, SEU HERDEIRO?
Em janeiro de 2015, a Fran�a foi atingida por um primeiro atentado contra a revista sat�rica Charlie Hebdo. Ele foi seguido por uma onda mortal de ataques extremistas em v�rios lugares do pa�s.
Hollande reagiu endurecendo a interven��o francesa no Iraque e na S�ria contra o grupo extremista Estado Isl�mico.
"Gostaria que dissessem de mim, j� que � a verdade, que fui valente neste per�odo", afirmou o presidente, de 62 anos, segundo o livro "Un pr�sident ne devrait pas dire �a..." ("Um presidente n�o deveria dizer isso", em tradu��o livre)
No �mbito privado, o presidente tamb�m viveu momentos complicados, como a separa��o de Val�rie Trierweiler em janeiro de 2014 ap�s a revela��o por parte de uma revista de fofocas de seu relacionamento com a atriz francesa Julie Gayet.
A onda de cr�ticas gerada pelo livro de confid�ncias e a impopularidade recorde levaram Hollande a desistir em dezembro de 2016 de concorrer � reelei��o. Algo in�dito desde 1958.
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