O Cinemark é o melhor cinema de São Paulo pela nona vez seguida, de acordo com pesquisa Datafolha. Neste ano, foi mencionado por 53% dos entrevistados, um recorde.
A rede tem buscado retomar a presença do público com novidades nas bombonieres e experiências
personalizadas.
Uma das estratégias recentes é a reformulação do clube de assinaturas da marca, que agora conta com três opções de pacotes, incluindo ingressos e descontos em snacks. A mais barata custa R$ 16,90 por ano, com direito a um ingresso anual e desconto em produtos, e a mais cara, R$ 38,90 por mês.
A proposta é fidelizar o cliente ao entregar sugestões mais certeiras segundo gostos de cada espectador, incluindo diferentes tipos de filmes, horários mais convenientes e até acompanhamentos.
As bombonieres da rede têm feito sucesso especialmente pelas opções de doces, como as pipocas com creme de avelã, confetes de chocolate e cookies, que viralizaram nas redes sociais.
"Nosso time de alimentos e bebidas tem sido mais criativo do que nunca", afirma Vinicius Porto, diretor de marketing da empresa, que também oferece combos com hambúrgueres, nuggets e ba tata frita.
Nas chamadas salas prime do Cinemark, o cardápio tem pipocas com azeites aromatizados, pizzas e sobremesas, além de vinho, cerveja e drinks. A aposta no conforto, com cadeiras reclináveis e estofadas em couro, é mais uma das tentativas de tornar o cinema uma experiência única e atrair o público no contexto pós-pandemia e de domínio de streamings.
Segundo Alessandra Meleiro, coordenadora científica do Centro de Análise do Cinema e do Audiovisual da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde é professora, as plataformas digitais têm a vantagem do acesso online e de preços menores, mas não substituem a imersão de uma sala de cinema.
"Embora as salas de exibição enfrentem desafios, o público continua a valorizar a experiência única que elas oferecem e a defender sua importância na cultura cinematográfica e na indústria do entretenimento", diz.
Exemplo disso são os números relacionados às Semanas do Cinema, em que diferentes redes disponibilizam ingressos a valores promocionais. A última edição, em fevereiro, levou mais de 3,2 milhões de espectadores às salas.
Por outro lado, a pesquisadora destaca a concentração de salas.
Dos 86 complexos da rede Cinemark, 23 são na cidade de São Paulo. E, apesar de considerar forte a produção nacional, Meleiro afirma que falta fazer os filmes de fato chegarem ao público. Parte do problema, diz, está na programação dos espaços, majoritariamente voltada à produção estrangeira.
Vinicius Porto, da Cinemark, vê no streaming um concorrente do cinema que pode até contribuir com a popularidade das salas.
"São telas que se complementam. Lançar um filme exclusivamente nos cinemas valoriza o título e causa o burburinho para que ele tenha vida longa depois em outras plataformas."
A empresa busca atrair clientes também com sessões secretas, em que os espectadores entram na sala sem saber que filme vai passar.
De acordo com Meleiro, uma possível tendência para o setor é o consumo de conteúdos audiovisuais em diferentes telas e dispositivos.
"Não posso deixar de citar a realidade virtual —e seus conteúdos de entretenimento, cultural e educativo— como algo desejável de estar presente nos espaços de exibição cinematográfica."
CINEMARK
53% das menções
Fundação
1997
Unidades
627 salas
Número de funcionários
Não divulga
Faturamento
Não divulga
Crescimento
Não divulga
Aqui na Cinemark não enxergamos o streaming como um vilão; são telas que se complementam. Lançar um filme exclusivamente nos cinemas valoriza o título para que ele tenha vida longa nas plataformas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.