Descrição de chapéu Governo Biden China

China dá sinais 'tímidos' sobre retomada do diálogo militar bilateral, dizem EUA

Enviados dos dois países tiveram reunião de 12 horas em Malta com pauta que também incluiu Guerra da Ucrânia e Taiwan

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São Paulo

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o chanceler da China, Wang Yi, estiveram juntos neste fim de semana no arquipélago europeu de Malta, em uma reunião sem avisos prévios das duas partes e que durou cerca de 12 horas.

Trata-se de mais uma etapa das tratativas entre os dois países que disputam a chamada Guerra Fria 2.0 de retomar o diálogo militar encerrado por Pequim há mais de um ano após a controversa visita de Nancy Pelosi, democrata que então presidia a Câmara dos EUA, a Taiwan, ilha considerada uma província rebelde pelos chineses.

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, enviado a Malta para tratativas com a China, durante entrevista coletiva em Washington
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, enviado a Malta para tratativas com a China, durante entrevista coletiva em Washington - Sarah Silbiger - 15.set.23/Reuters

Em comunicado, o governo de Joe Biden disse que o encontro foi um esforço para "manter linhas de comunicação abertas e gerir a relação de uma maneira saudável". A nota diz ainda que as discussões foram "francas, substantivas e construtivas" e que vêm na esteira do encontro entre Biden e o líder chinês, Xi Jinping, na Indonésia, em novembro.

Teriam sido debatidos, segundo Washington, a Guerra da Ucrânia —na qual os Estados Unidos são os principais aliados de Kiev e a China mantém laços com Moscou, a despeito de se dizer neutra no conflito—, a paz no estreito de Taiwan e áreas da relação bilateral.

A veículos de imprensa americanos, como a agência Reuters e o jornal The New York Times, um alto oficial do governo, cujo nome não foi identificado, disse que os EUA avaliam que houve "avanços tímidos" na disposição chinesa de retomar o diálogo na área militar.

De acordo com a mesma fonte, Jake Sullivan teria enfatizado que Pequim não deveria tentar ajudar Moscou na guerra no Leste Europeu. A declaração tem como pano de fundo falas de membros do governo Biden, rechaçadas pela China, de que o regime de Xi avalia enviar armamento para o governo de Vladimir Putin.

O encontro deste fim de semana integra um esforço em andamento de Biden para que figuras do alto escalão de sua gestão reconstruam um mínimo diálogo com o regime chinês após uma série de episódios que ruíram a relação. Após a ida de Pelosi a Taiwan, o caso dos balões chineses foi um novo balde de água fria.

No episódio, os EUA detectaram uma série de balões de alta altitude chineses sobrevoando seu território e os abateram, acusando Pequim de espionagem. O regime respondeu que se tratavam de meros objetos para pesquisa que haviam desviado o curso por uma falha técnica.

O encontro de Sullivan e Wang Yi ocorre às vésperas da Assembleia-Geral da ONU em Nova York, que conta com a presença de Biden, o segundo a discursar nesta terça-feira (19), após o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A China será representada pelo vice de Xi, Han Zheng.

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