FBI n�o vai recomendar indiciamento de Hillary no caso dos e-mails pessoais
Hillary Clinton pode ter sido "extremamente descuidada", mas n�o agiu de m� f� ao trocar cerca de 60 mil e-mails por meio de um servidor privado, quase sempre em seu BlackBerry, quando era secret�ria de Estado.
� a conclus�o do FBI (a pol�cia federal americana), que por um ano investigou o caso, uma das maiores sombras a pairar sobre a candidatura da democrata � Casa Branca.
J.D. Pooley/AFP | ||
A prov�vel candidata democrata Hillary Clinton acena a eleitores em Ohio, em junho |
O diretor da institui��o, James Comey, afirmou na ter�a (5) que n�o ir� recomendar o indiciamento da democrata.
A procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, j� sinalizou que acataria a orienta��o do FBI —anunciada a duas horas de o presidente Barack Obama embarcar com Hillary para o primeiro com�cio em dupla deles, na Carolina do Norte.
Na semana passada, Lynch se encontrou com o ex-presidente Bill Clinton no aeroporto de Phoenix, e os dois conversaram por cerca de meia hora no avi�o dela —o que s� se tornou p�blico porque um rep�rter local soube da reuni�o.
A procuradora diz que eles falaram sobre os netos do marido de Hillary, mas republicanos acusaram Bill de tentar influenciar o rumo do caso. Mesmo democratas lamentaram o "timing" do encontro —que teria pego Lynch de surpresa, disse ela.
Com a decis�o do FBI, Hillary, vista como desonesta por dois em tr�s americanos segundo pesquisa da Gallup, remove a segunda pedra no caminho de sua campanha � Casa Branca.
No fim de junho, um comit� no Congresso apresentou, ap�s US$ 7 milh�es e 24 meses de trabalho, seu relat�rio final sobre a responsabilidade do Departamento de Estado na morte de quatro americanos (entre eles um embaixador) na L�bia, em 2012.
O documento repisou velhas cr�ticas � atua��o de Hillary na ocasi�o, mas n�o trouxe nada de novo contra ela.
CLINTONEMAIL.COM
O FBI investigava a democrata por potencialmente violar regras federais. Pelos quatro anos em que foi secret�ria de Estado da gest�o Barack Obama (2009-13), deveria adotar o e-mail @state.gov, por lidar com informa��es sens�veis.
Preferiu v�rios dom�nios (entre eles, @clintonemail.com), acessados por aparelhos diferentes (era f� do BlackBerry).
Assim o fez "por conveni�ncia", para "alcan�ar pessoas mais rapidamente e manter contato regular com fam�lia e amigos", diz se��o sobre o caso no site de sua campanha.
Comey afirmou que Hillary e subordinados a par dessa escolha foram "extremamente descuidados", mas optou por n�o pedir que o Departamento de Justi�a a processe: n�o viu dolo no comportamento da ex-chanceler.
Dos 30.322 e-mails que ela entregou para escrut�nio, 110 j� continham material classificado no momento em que foram enviados ou recebidos, segundo o diretor do FBI. Oito dele carregavam informa��es ultrassecretas.
Isso contradiz a defesa de Hillary at� aqui: ela sustentava que conte�dos s� foram considerados sens�veis depois.
Comey relatou dificuldades extras para examinar o material, j� que a ex-secret�ria teve v�rias contas distintas, administradas em aparelhos diferentes, o que pulverizou os dados.
Mesmo que se livre de acusa��es criminais, ela ainda poderia sofrer san��es administrativas, afirmou o diretor. O Departamento de Estado disponibilizou o acervo bruto em mar�o.
O termo "Brazil" aparece 468 vezes, com men��es a uma reuni�o de Hillary com a Petrobras e ao resultado das elei��es presidenciais de 2010 (na qual Marina Silva era a "grande surpresa", relatou o ent�o embaixador dos EUA no pa�s, Thomas Shannon, � chefe).
A democrata fora criticada no passado por deletar outros 31 mil e-mails —spams e informa��es pessoais, segundo ela.
Seu rival republicano nas elei��es, Donald Trump, atacou o desfecho do esc�ndalo no Twitter. "O diretor do FBI diz que Hillary Trapaceira comprometeu a seguran�a nacional. Nenhum indiciamento. Uau!"
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