E-mails mostram que EUA ouviram Brasil sobre retorno de Cuba � OEA
E-mails trocados entre a ent�o secret�ria de Estado americana Hillary Clinton (2009-2013) e seus assessores tornados p�blicos nesta semana revelam que os EUA insistiram, em 2009, para que o Brasil participasse na busca de uma solu��o para revogar a suspens�o de Cuba da OEA (Organiza��o dos Estados Americanos).
Segundo uma mensagem enviada por Huma Abedin, ent�o vice-chefe de gabinete de Hillary, � secret�ria americana em 30 de maio daquele ano, o secret�rio de Estado assistente para a Am�rica Latina, Thomas Shannon, estava tentando convencer o governo brasileiro a n�o deixar o tema nas m�os do ent�o secret�rio-geral da OEA, Jos� Miguel Insulza.
"Tom [Shannon] disse ao embaixador brasileiro [em Washington, Antonio Patriota] que o Insulza tem um grande problema de credibilidade com o nosso Congresso, e que n�s [EUA], Brasil, M�xico e outros n�o podemos deixar de nos envolver no assunto", afirmou Abedin no e-mail.
Sergio Lima/Folhapress | ||
Dilma Rousseff recebe no Pal�cio do Planalto, em 2011, o secret�rio-geral da OEA, Jos� Miguel Insulza |
Segundo a assessora, o ent�o chanceler brasileiro Celso Amorim reconhecia o problema que era a suspens�o de Cuba, mas que o ministro estava com seus esfor�os voltados para envolver Insulza na solu��o.
Horas antes, Jake Sullivan, outro assessor pr�ximo de Hillary, orientou por e-mail (e sem citar nomes) a secret�ria de Estado em como conversar com Amorim e com a chanceler mexicana � �poca, Patricia Espinosa.
"� medida que as conversas com esses dois ministros se desdobram, voc� deve destacar que j� percorremos um longo caminho em rela��o a Cuba –e que seria muito ruim atravancar ou constranger o presidente Obama depois de todos os passos que ele tomou", disse Sullivan a Hillary.
Quatro dias depois, durante assembleia em San Pedro Sula, em Honduras, os chanceleres da OEA aprovariam a derrubada da suspens�o.
O Brasil teria ajudado a convencer pa�ses da Alba (Alian�a Bolivariana para as Am�ricas), liderados por Caracas, que exigiam pedido de desculpas a Cuba para a apoiar a proposta americana.
Em abril passado, o governo cubano participou pela primeira vez de uma c�pula da OEA em 50 anos, mas n�o h� indica��es se e quando retornar� � organiza��o.
HONDURAS
Em mensagem de 29 de novembro de 2009 a outros assessores de Hillary, Shannon –que j� tinha sido indicado por Obama para a embaixada no Brasil– comemorou a participa��o dos hondurenhos (53%) nas elei��es ap�s a deposi��o de Manuel Zelaya.
"A participa��o e a clara rejei��o do Partido Liberal [de Zelaya] mostram que nossa abordagem foi a correta, e coloca o Brasil e outros que n�o reconhecem as elei��es numa posi��o imposs�vel", disse Shannon no e-mail.
A crise pol�tica em Honduras representou um dos mais importantes obst�culos na rela��o recente de EUA e Brasil –que s� reconheceu o governo de Porf�rio Lobo, eleito naquele pleito, em 2011.
O Brasil tamb�m aparece numa troca de e-mails de maio de 2009, na qual � apontado por uma assessora pr�xima a Hillary como uma parceria priorit�ria a ser "cultivada", junto com �ndia e Turquia.
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