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Bolsa fecha em alta impulsionada por Petrobras e exportadoras; dólar cai

Novos dados da economia chinesa ajudam o Ibovespa, e câmbio ficou mais próximo de tendência global

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São Paulo

A Bolsa fechou em alta nesta sexta-feira (3), com contribuição decisiva das ações da Petrobras e de outras exportadoras. Dados mostram uma forte retomada da economia chinesa, o que impacta diretamente esses papéis.

O dólar, que subia ante o real até o início da tarde, fechou em leve queda, abaixo dos R$ 5,20. No começo do dia, declarações de membros do governo criticando o Banco Central pesaram mais. Nesta tarde, o desempenho está mais alinhado com o cenário internacional.

O Ibovespa fechou o dia em alta de 0,64%, a 103.992 pontos. Na semana, o índice acumulou queda de 1,8%. O dólar comercial à vista fechou em baixa de 0,11%, a R$ 5,199. Em relação à semana passada, a moeda ficou praticamente estável.

O mercado de juros futuros fechou com leves altas. No vencimento em janeiro de 2024, a taxa saiu dos 13,34% ao ano do fechamento desta quinta-feira (2) para 13,38% ao ano. Para janeiro de 2025, os juros subiram de 12,79% para 12,85%. Para janeiro de 2027, a taxa fechou estável em 13,18%.

Dólar vem oscilando próximo dos R$ 5,20 nos últimos dias - Dado Ruvic - 7.nov.2016/Reuters

Na madrugada desta sexta, foi divulgado o índice de atividade do setor de serviços na China, o PMI, que passou de 52,9 pontos em janeiro para 55 pontos em fevereiro. Quando este índice fica acima de 50, ele indica aceleração no desempenho do segmento. Quanto mais alto, maior o ritmo de crescimento.

A China é uma das maiores consumidoras de petróleo e minério de ferro do mundo, e a aceleração econômica indica que haverá maior demanda pelos produtos.

As ações da Petrobras, que começaram o dia influenciadas pelas incertezas sobre a política de preços, fecharam com altas de 3,64%, no caso das ordinárias, e de 4,30% nas preferenciais. Os papéis ordinários de 3R Petroleum e PRIO subiram 4,89% e 2,21%, respectivamente. O petróleo do tipo Brent sobe 1,45%, com o barril se aproximando do patamar de US$ 86.

Leonardo Santana, analista da Top Gain Research, lembra que mesmo com os bons desempenhos desta sexta, as ações das petroleiras acumularam quedas na semana. Isso por conta do anúncio de taxação sobre a exportação de petróleo cru.

Para Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital, a alta de Petrobras nesta sexta é causada mais por uma correção, após as quedas durante a semana. "Os analistas técnicos seguem indicando uma tendência de baixa para os papéis", afirma.

As siderúrgicas e outras exportadoras também se beneficiam desta melhora da economia na China. As ações ordinárias da CSN e da CSN Mineração avançaram 2,64% e 2,46%, respectivamente. O papel preferencial classe A da Usiminas fechou em alta de 1,12%. A ordinária da Suzano subiu 3,21%, e a ordinária da JBS se valorizou 1,60%.

Em relatório, o Bank of America afirma que o ano de 2022 foi marcado pela diminuição da produção global de aço cru. Mas uma recuperação sazonal da China pode levar o preço do minério de ferro dos atuais US$ 126 a tonelada para US$ 160 em 2023. Este aumento impulsionaria diretamente os resultados da Vale.

As ações dos bancos fecharam sem uma tendência definida, mas o setor é um dos destaques negativos do Ibovespa no ano. Segundo levantamento feito pelo TradeMap, o pior desempenho é da Unit do BTG Pactual, com quase 19% de desvalorização. A ação ordinária do Bradesco recua mais de 11%. A exceção é a ordinária do Banco do Brasil, com alta de 11% em 2023.

Nos Estados Unidos, os índices de ações também sobem. Por lá, os investidores tentam se posicionar sobre como será o comportamento da economia após os dados de janeiro virem acima do esperado, e a reação do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) a este ambiente.

O Bank of America afirma que os gastos dos consumidores parecem ter desacelerado a partir da metade de fevereiro. Os analistas do banco projetam que a criação de empregos tenha desacelerado no mês passado.

"Neste contexto, os dados tornam mais fácil a decisão do Fed de manter o ritmo de alta dos juros em, 0,25 pontos percentuais por reunião", conclui o BofA.

O índice Dow Jones fechou o dia em alta de 1,17%. O S&P 500 avançou 1,61%. O Nasdaq encerrou com alta de 1,97%.

Já o câmbio se alinhou à trajetória do DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas globalmente relevante. O índice tinha queda de 0,48% perto das 19h00 (horário de Brasília).

Segundo analistas, o dólar reagiu principalmente ao noticiário doméstico. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta quinta-feira (2), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo que o país não pode ser seu refém.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, considerou positivo o resultado do Produto Interno Bruto divulgado nesta quinta-feira (2) e acrescentou que agora espera um gesto do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa de juros.

Para a equipe de análise da Ativa Investimentos, a postura do presidente Lula em relação ao BC é "equivocada". "Lula trata os juros como se fossem produto de uma decisão arbitrária do presidente do BC, ignorando os procedimentos sobre a decisão da política monetária, oriundos de uma decisão colegiada", diz a corretora.

Para a Guide Investimentos, as declarações de membros do governo continuam provocando um descolamento dos ativos locais, já que os mercados no exterior têm registrado melhora nos últimos dias.

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