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Valdo Cruz
Pre�o do sucesso
BRAS�LIA - Depois de gritos e ranger de dentes no governo, os juros voltaram a subir. Agora, a nova batalha se dar� em torno do tamanho da dose a ser aplicada na veia da economia pelo Banco Central.
Ela deve ser administrada de acordo com a disposi��o de crescimento do PIB. Se ele der sinais de aumento bem acima de 3%, juros amargos ser�o injetados em maior dose.
Motivo: pagamos hoje o pre�o do sucesso e do fracasso de medidas adotadas pelos governos Lula/Dilma, que n�o permitem um crescimento forte da economia.
Convivemos com uma realidade de quase pleno emprego, num quadro de produtividade em baixa e ritmo fraco de investimentos. Frutos de medidas desbalanceadas, que geram, na ponta, infla��o alta.
Nos dias que antecederam a decis�o do BC de subir a taxa de juros, economistas liberais apontaram, t�cnica e friamente, que uma corre��o de rumo teria de passar pelo aumento da taxa de desemprego.
Afinal, menos gente no mercado de trabalho significa menos consumidores, o que segura a alta de pre�os. Receita combatida com gosto pelo governo Dilma, mas que p�e em debate uma de nossas defici�ncias de momento: o Brasil tornou-se carente de m�o de obra e de trabalhadores qualificados.
Uma solu��o passa pela abertura do mercado de trabalho a estrangeiros, especialmente aos de alta qualifica��o. Minimizaria a falta de bra�os e levaria � incorpora��o de novas tecnologias, aumentando nossa produtividade. Fator essencial para crescermos mais sem infla��o.
Caso contr�rio, seremos condenados a conviver com baixas taxas de crescimento at� corrigirmos nossos desequil�brios internos, o que pode levar muito tempo.
S� que Bras�lia vive, hoje, no compasso da elei��o. Medidas que afetem trabalhadores/eleitores v�o aguardar o tempo eleitoral. Afinal, o Planalto confia que o ritmo atual � suficiente para reeleger Dilma.
