Saltar para o conte�do principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opini�o

Vinicius Mota

20 anos depois

S�O PAULO - Policiais recebem da sociedade o mandato especial de proteger a vida e a liberdade dos cidad�os contra quem as ameace. Para cumprir o objetivo, podem usar legitimamente a viol�ncia, invadir domic�lios, interceptar conversas e vasculhar contas banc�rias. Podem matar.

As democracias maduras reconhecem a import�ncia dos servidores encarregados dessa tarefa. Agentes mortos em servi�o recebem tratamento de honra n�o s� das autoridades, mas da sociedade e da imprensa. Alvejar policiais � considerado crime contra o Estado.

A contrapartida de tanta defer�ncia e de tanto poder conferido � pol�cia s�o r�gidos sistemas de treinamento e controle. A toler�ncia com o policial que abusa de suas prerrogativas � nenhuma, a come�ar de dentro de sua corpora��o.

Processos contra agentes de seguran�a s�o eficientes. Expulsa-se ou reintegra-se, condena-se ou absolve-se num lapso de tempo suficiente para que a mem�ria da ale-gada ofensa ainda paire no ar.

De que adianta finalizar o primeiro dos quatro julgamentos do massacre do Carandiru mais de 20 anos depois do fato? Finalizar, ali�s, � um termo impr�prio: os 23 PMs condenados v�o recorrer da senten�a em liberdade. Sabe-se l� quando essa etapa vai acabar de verdade.

A resposta cabal da Justi�a a esse evidente abuso deveria ter chegado ainda na primeira metade dos anos 1990. Teria sido pedag�gica para as v�rias turmas de novos policiais que se formaram desde l�. Teria tirado os culpados das ruas e da conviv�ncia com colegas. Teria livrado os inocentes de uma carga torturante.

No in�cio da d�cada passada, os condenados j� teriam cumprido o per�odo de regime fechado. Estariam hoje em liberdade condicional, fechando o ciclo ideal do castigo tamb�m sob a �tica individual.

Mas, em 2013, o castigo pelos crimes de um long�nquo 1992 nem sequer come�ou.

vinimota@uol.com.br


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da p�gina