Noé Garrido De Carli foi um dos pioneiros no uso da guitarra elétrica no Rio Grande do Sul.
Tocou os primeiros acordes aos dez anos e aos 13 lançou sua primeira banda, Os Pigmeus.
Guitarrista, cantor, compositor e multi-instrumentista, Noé marcou sua geração na música com pelo menos outras seis bandas.
Ao longo dos 35 anos de casamento, a guitarra foi sua fiel cúmplice na surpresa que preparava à esposa diariamente.
"Meu pai entrava no estúdio que tinha em casa e todos os dias tocava uma música diferente para declarar seu amor à minha mãe", diz a filha, a jornalista e fotógrafa Anelise Angeli De Carli, 30.
Além da música, era apaixonado por aviação. Entrou para a FAB (Força Aérea Brasileira) como controlador de tráfego aéreo e professor do curso de inglês aplicado até hoje a quem ingressa na profissão.
Noé tinha o dom de aliviar a tensão no difícil trabalho de controlar o tráfego aéreo e fazia imitações de radialistas e famosos para se comunicar com os pilotos. Além das brincadeiras, acumulou muitas histórias engraçadas e curiosas.
Anelise conta que o pai convivia bem com duas personalidades opostas. "Ao mesmo tempo em que era o centro, onde as pessoas se reuniam e ele gostava de contar suas histórias, tinha o lado quieto e introspectivo, que é comum em artistas. Meu pai circulava bem em qualquer lugar e com qualquer tipo de pessoa. Era carinhoso com todos e buscava sempre descobrir como ser melhor", afirma a filha.
Noé Garrido De Carli morreu dia 14 de janeiro, aos 66 anos, por complicações de insuficiência hepática. Deixa a esposa Consuelo Adriana e as filhas Anelise e Ana Carla, que é musicista.
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