Filho de médico, Giovanni Gazzinelli aprendeu cedo a importância de ser um homem modesto e de vida simples. Coube a ele a missão de contribuir para o desenvolvimento da ciência mineira e brasileira na área da bioquímica.
Nascido em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, ingressou no mercado de trabalho como datilógrafo e depois foi taquígrafo até 1955, quando formou-se em Medicina pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Fã de futebol, era torcedor do Clube Atlético Mineiro. Quando não acompanhava a bola em campo, gostava de caminhar e de natação.
Em 1959, ganhou bolsa da Fundação Rockefeller para estudar nos Estados Unidos, onde estagiou no Departamento de Bioquímica da Universidade de Utah.
Voltou ao Brasil em 1962 e construiu carreira na UFMG até a aposentadoria. Sua trajetória seguiu na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em Belo Horizonte (MG).
Lá, estruturou um laboratório especializado no estudo da imunologia celular e molecular de doenças parasitárias, assunto em que era referência e considerado um dos pioneiros.
O sobrinho, o presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia Ricardo Gazzinelli, 59, conta que Giovanni influenciou e educou muitos cientistas brasileiros. Dois de seus irmãos também seguiram na área científica.
"Meu tio promoveu a carreira de muitos profissionais que trabalharam com ele. Foi uma pessoa justa e muito importante na formação de novos cientistas", diz.
Giovanni Gazzinelli morreu dia 14 de janeiro, aos 92 anos, por complicações de uma úlcera. Viúvo, deixa quatro filhos, seis netos e um bisneto.
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