A indicação do economista Márcio Pochmann para presidir o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por prestigiar a ala mais radical do PT em detrimento da Frente Ampla que o apoiou no segundo turno da eleição do ano passado. A análise é do diretor do grupo liberal Livres, o cientista político Magno Karl.
"Lula decide alimentar a ala mais radical do PT, dando a ela o controle da gestão dos indicadores econômicos e sociais, em movimento que acende o alerta para possível manipulação de dados, como ocorre na Argentina. A jogada mostra um desprestígio à Frente Ampla e uma aposta na aliança entre o PT raiz e os setores fisiológicos do Congresso, sempre dispostos a integrar a base do governo, seja ele qual for", afirma.
Segundo Karl, Lula coloca em risco a credibilidade do IBGE, ao fazer essa escolha. "Ao indicar Márcio Pochmann, conhecido como um terraplanista econômico, que chegou a declarar que a criação do Pix era um processo neocolonial, o presidente evidencia um conflito com a ministra Simone Tebet e coloca em risco a credibilidade do IBGE, visto que essa escolha seria ideológica e não técnica", complementa.
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