O advogado criminalista Alberto Zacharias Toron é crítico aos acordos que têm sido costurados com o empresário Eike Batista e com a J&F, holding que controla a JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, para levantar recursos para o combate à crise do coronavírus.
Ao Painel, Toron afirma que os empresários estão "aproveitando a tragédia dos brasileiros para trocar suas penas por dinheiro para o coronavírus".
"O Brasil pode estar sendo dividido entre os bilionários que estão dispostos a pagar por sua liberdade e os simples mortais. Esse pode ser um gravíssimo efeito colateral dessa pandemia. A impunidade não pode ser comprada", afirma o advogado. Ele é defensor de delatados pelas empresas de Eike e dos irmãos Batista.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, fechou na segunda (23), com o empresário Eike Batista, o primeiro acordo de delação premiada de sua gestão perante o STF (Supremo Tribunal Federal).
A colaboração prevê que ele pague multa de R$ 800 milhões pelos crimes praticados, dos quais R$ 116 milhões à vista, a partir da homologação dos termos pelo Supremo.
Na sexta (20), o MPF (Ministério Público Federal) sugeriu que a J&F antecipasse R$ 11,4 bilhões em pagamentos acertados no seu acordo de leniência, o que a holding recusou.
A ideia é que esses valores sejam utilizados para fortalecer o orçamento da saúde durante a pandemia.
A coluna Painel agora está disponível por temas. Para ler todos os assuntos abordados na edição desta quarta-feira (25) clique abaixo:
Falta de respiradores gera crise e grupo de WhatsApp da Saúde implode
Partidos de esquerda, MST e estudantes agendam maior panelaço para 31 de março
Twitter deixa contas de Flávio Bolsonaro e de Ricardo Salles paralisadas por 12h
Advogado diz que Eike e irmãos Batista se aproveitam da pandemia para tentar comprar liberdade
Presidente do STJ defende que presos do semiaberto passem para o domiciliar durante pandemia
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.