Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Acordo AliExpress e Magalu passa de trator sobre 'taxa das blusinhas'

É bem provável que esse tipo de acordo se repita entre marketplaces brasileiros e estrangeiros

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Quem imaginou que a chamada "taxação das blusinhas" –imposto para compras internacionais de até 50 dólares– afugentaria as plataformas chinesas do mercado brasileiro já percebeu que se equivocou. Rapidamente, como costuma ocorrer no gigante asiático, foi firmada parceria entre AliExpress e Magazine Luiza. É bem provável que esse tipo de acordo se repita entre marketplaces brasileiros e estrangeiros, o que poderá ser bom para o consumidor e para as empresas.

Site de vendas on-line da Aliexpress - JORGE VILLEGAS/Xinhua

Os varejistas brasileiros pressionaram governo e parlamentares para taxar também as compras de produtos mais baratos, alegando a falta de isonomia tributária. Essa situação, a propósito, vale para praticamente tudo o que é fabricado no Brasil. É possível que a regulamentação da Reforma Tributária simplifique o pagamento de tributos, mas não haverá redução da carga imposta a quem produz, exceto em casos isolados.

O negócio deverá vitaminar o Magazine Luiza, cujas vendas do marketplace já superaram as das lojas físicas. Pelo acordo, o AliExpress oferecerá itens de sua linha Choice (serviço de compras premium) no marketplace Magalu, e esta fornecerá produtos de seu estoque próprio na plataforma da companhia online chinesa. Inicialmente, serão vendidos bens duráveis.

Segundo o comunicado do Magazine Luiza, esse é um acordo inédito para as duas companhias. É a primeira vez que o grupo Alibaba, dono da AliExpress, faz um acordo estratégico com uma empresa de fora da China, e será a estreia da listagem e venda de produtos da Magalu em outro marketplace.

Conforme dados da Conversion, em maio último, o Mercado Livre liderava o ranking de e-commerce mais visitados no Brasil, seguido de Shopee e Amazon. Magalu estava em quinto, após OLX, sediado em Amsterdã, Holanda. O Mercado Livre é uma empresa de origem argentina, sediada em Montevidéu, Uruguai, e cuja fatia mais expressiva de vendas ocorre no Brasil.

Com uma população superior a 200 milhões de habitantes, o Brasil é um mercado importante, mesmo com grande concentração de renda. No ano passado, mais de 11,3 milhões de brasileiros ingressaram na classe média, o que equivale a quase toda a população de países como Bélgica, sendo superior à de Portugal, Grécia, Suécia e Israel, dentre vários outros.

Por isso, as grandes corporações do comércio mundial continuarão fincando sua bandeira por aqui, sozinhas ou acompanhadas por uma empresa brasileira. Espero sinceramente que esta parceria beneficie os consumidores e fortaleça o mercado de e-commerce no Brasil!

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