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O empresário e ex-premier italiano Silvio Berlusconi morreu nesta segunda-feira (12), aos 86 anos, por complicações de uma leucemia "Muitas vezes a única alternativa é um transplante de medula, que nao é possível em muitos casos, devido à idade dos pacientes", diz. mielomonocítica crônica. A doença é um tipo de câncer que atinge células do sangue, mais especificamente os glóbulos brancos. Alguns dos sintomas iniciais podem ser parecidos com os de gripes e resfriados.
Segundo o Inca (Instituto Nacional do Câncer), existem mais de 12 tipos de leucemia diferentes, agrupadas de acordo com o tipo de célula atingida e pela velocidade de evolução da doença.
De acordo com Celso Arrais, professor e coordenador do Serviço de Transplante de Medula Óssea e de Leucemia Linfocítica Crônica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o tipo de leucemia que acometia Berlusconi é raro e o tratamento é pouco eficaz. Além disso, é mais comum em idosos.
"Muitas vezes a única alternativa é um transplante de medula, que nao é possível em muitos casos, devido à idade dos pacientes", diz.
Este tipo de câncer mira os glóbulos brancos, células do sangue que fazem parte do sistema imune. A principal característica da leucemia é o acúmulo de células doentes na medula óssea, comprometendo o funcionamento e reprodução normal das estruturas sanguíneas.
Os sintomas da leucemia estão relacionados à diminuição das células funcionais no sangue, sejam glóbulos brancos ou vermelhos, e da sua capacidade de funcionamento.
De acordo com o CDC (centro de controle e prevenção de doenças do governo americano), alguns dos sintomas iniciais da doença são:
- Febre, calafrios e outras manifestações semelhantes à gripe;
- Fraqueza e fadiga;
- Infecções frequentes;
- Perda de apetite;
- Perda de peso;
- Inchaço nos linfonodos, fígado ou baço;
- Sangramentos e hematomas frequentes ou sem motivo aparente;
- Gânglios inchados;
- Pequenos pontos vermelhos embaixo da pele;
- Sudorese, especialmente à noite;
- Dor nos ossos e articulações;
- Anemia.
Como muitos destes sintomas podem estar ligados a outras doenças, a recomendação é procurar um médico para realizar o diagnóstico correto.
Segundo Arrais, muitas vezes a doença é detectada antes do início dos sintomas, por meio de exames de sangue de rotina, que mostram aumento dos glóbulos brancos. Algumas das reclamações mais comuns estão ligadas à anemia e à diminuição do número de plaquetas no sangue.
As leucemias crônicas, como a de Berlusconi, têm evolução mais lenta. No início da doença, as células afetadas ainda têm parte do funcionamento normal, mas o quadro se agrava com o tempo.
Nas leucemias agudas, o funcionamento das células afetadas é rapidamente prejudicado e a evolução da doença ocorre em um curto intervalo de tempo.
Wellignton Fernandes, médico hematologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), afirma que a diferença entre as leucemias crônicas e agudas está na idade das células afetadas. Enquanto nas crônicas são estruturas maduras que apresentam proliferação acentuada, as leucemias agudas são caracterizadas pela presença de células muito jovens no sangue e na medula óssea.
Na maior parte das leucemias crônicas, o tratamento é feito por meio de comprimidos de uso contínuo, que tem boa eficácia. Já para as agudas, normalmente é necessário o uso de quimioterapia, afirma o especialista.
A detecção precoce da leucemia é importante para aumentar as chances de sucesso do tratamento.
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais e de imagem, e a investigação é recomendada quando há apresentação de alguns dos principais sintomas, mesmo que também possam ser causados por outras condições de saúde.
O principal exame de sangue para detecção da leucemia é o hemograma, que indica a contagem das principais células. A confirmação do diagnóstico geralmente é feita por meio do exame da medula óssea.
Não existe uma causa conhecida para o desenvolvimento da doença, mas alguns fatores, como genética e exposição a substâncias tóxicas podem estar relacionados a um maior risco de desenvolvimento da doença, segundo estudos.
Além disso, o tabagismo também é visto como fator de risco para o desenvolvimento de alguns tipos de leucemia.
Contudo, Fernandes destaca que em grande parte dos casos, os pacientes que receberam o diagnóstico de leucemia não possuem exposição a fatores de risco.
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