Mortes: Representou a alegria para os netos, amou a vida e Mozart
Marli Ribeiro Fusco foi uma avó brincalhona que adorava viagens, aventura e cultura
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
Para a aposentada Marli Ribeiro Fusco, a imprevisibilidade de Wolfgang Amadeus Mozart era apaixonante. Sua obra cheia de estilos e variações a encantava. Era Mozart quem a acompanhava quando seus ouvidos clamavam por música clássica.
Com os netos, uma trilha musical diferente, que emocionava pela quantidade de gargalhadas. A Marli era uma avó sem limites, daquelas que se rendem e rolam no chão com as crianças. Pura alegria.
Precoce como Mozart, que despontou para a música ainda criança (aos cinco anos), foi o início da batalha de Marli pela vida.
Paulistana, filha de nordestino e de descendente de italianos, entre as quatro irmãs, ela foi a que mais lutou para conquistar um lugar ao sol. Iniciou a vida profissional cedo.
O passeio era na biblioteca, onde pesquisava sobre música, teatro, literatura e cultura em geral.
Todas as noites, o pai ciumento e machista ia buscá-la no ponto de ônibus para se certificar de que Marli não tomaria outro rumo.
Desviar do caminho de casa não combinava com a personalidade de Marli. Ela era tranquila, discreta, determinada e organizada (virginiana da cabeça aos pés).
No local onde trabalhava como secretária bilíngue —tinha fluência no inglês e francês—, conheceu o marido, o desenhista industrial José Roberto Fusco, hoje com 71 anos.
A promessa feita no altar —até que a morte nos separe— concretizou-se. Foram 45 anos de casamento.
Ambos deixaram a empresa onde se encontraram pela primeira vez e abriram uma metalúrgica no ramo de eletroeletrônicos.
Viagens com toque de aventura, praia, vento no rosto...tudo atraía Marli. “Nós cruzamos o Brasil de carro, chegamos até a Argentina. Em 2017, ela fez a viagem dos sonhos, para a Europa. Visitou vários países, inclusive a Itália, de onde veio a família da minha avó. Meu pai dizia que ela tinha rodinha nos pés. Ela amava a vida incondicionalmente”, diz a filha, a jornalista Camila Fusco, 38.
Marli Ribeiro Fusco morreu dia 8 de junho, aos 67 anos, por complicações de um AVC e uma trombose. Deixa esposo, uma filha, o genro e dois netos.
Receba notícias da Folha
Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber
Ativar newsletters