Angela Maria Silva Cardozo nasceu em Caetité (BA) mudou-se para São Paulo aos 18 anos para cuidar de uma tia doente e nunca mais voltou. Casou-se com seu primeiro namorado, mas ficou viúva cedo, aos 34 anos, com três filhas para criar.
E conseguiu, trabalhando como operadora de máquinas até se aposentar. Ela morava com as três filhas e a neta em Diadema (ABC). Angela Cardozo morreu no dia 29 de maio, aos 67 anos, após uma parada cardíaca.
"Minha mãe foi uma mulher guerreira, trabalhadora. Era muito alegre, nunca tinha tempo ruim", diz a filha Alessandra, 44. O sorriso era a marca registrada na família.
Ela gostava de escutar Roberto Carlos e Zezo, mas seu favorito era o cantor Leonardo. Um dos maiores presentes que ganhou foi vê-lo de perto, quando uma sobrinha comprou ingressos para que fossem a um show do sertanejo.
Tinha gosto em reunir a família para celebrar. A sua farofinha era a estrela da ceia de Natal e a cozinheira, sempre que ganhava o sorteio do panetone, ficava feliz da vida.
No último Natal, porém, ela viajou para Caetité para comemorar a data ao lado da mãe, Carmem Brito Silva Pinto, 92, com quem ela falava ao telefone todas as semanas.
"Outra guerreira, que criou oito filhos, e ainda é lúcida de tudo", descreve Alessandra. A nonagenária sofreu duas perdas em menos de um ano --a Lucinha, irmã de Angela, morreu no ano passado.
O grande xodó de Angela era Emanuely, a neta de dez anos, filha de Alessandra. As três dividiam o quarto na casa em que vivem e, como presente, estavam construindo um quarto só para a pequena. As obras, contudo, não ficaram prontas a tempo de a avó ver.
Durante a conversa com a reportagem, Emanuely pede à mãe para falar ao telefone, e conta como Angela cozinhava os melhores bolinhos fritos, dava os melhores presentes e era a melhor avó do mundo.
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