Siga a folha

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Com alta de preço, receita com exportação de óleo de soja deverá subir 54% em 2022

Para consumidor, produto acumula aumento de 7,6% nos últimos 30 dias, segundo a Fipe

Assinantes podem enviar 5 artigos por dia com acesso livre

ASSINE ou FAÇA LOGIN

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

Um dos produtos mais afetados pela Guerra da Ucrânia foram os óleos vegetais. Os números divulgados pela Abiove (Associação Brasileira de Óleos Vegetais) desta terça-feira (10) indicam o novo patamar de preços que o óleo de soja atingiu.

Essa forte evolução ocorre devido à queda na oferta mundial dos principais óleos. Ucrânia, a maior exportadora mundial de óleo de girassol, e Rússia, outro país importante nesse mercado, têm problemas na comercialização.

A alta de preços forçou vários países a limitarem as exportações de outros óleos vegetais, pressionando ainda mais os preços nesse setor no mercado internacional.

Óleo de soja em supermercado de São Paulo - Rivaldo Gomes - 23.abr.2021/Folhapress

Uma das maiores interferências veio da Indonésia, que limitou as vendas de óleo de palma. Com isso, a comercialização mundial de óleos derivados de vegetais ficou bem limitada, devido tanto à ação do país asiático quanto aos efeitos da guerra no Leste Europeu.

Os reflexos dessa dificuldade de abastecimento se espalharam por todo o mercado mundial. E o Brasil não ficou isento. Com a demanda externa aquecida, o país deverá exportar 1,8 milhão de toneladas neste ano, 9,1% a mais do que em 2021.

Os preços subiram de degrau, atingindo US$ 1.735 por tonelada no porto de Paranaguá, 42% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Alta de preço e aumento do volume exportado deverão elevar as receitas com as exportações para US$ 3,12 bilhões neste ano, 54% a mais do que no ano passado, conforme estimativas da Abiove.

O Brasil processará 48 milhões de toneladas de soja, o que renderá 36,7 milhões de toneladas de farelo e 9,7 milhões de toneladas de óleo.

Mesmo com queda no volume exportado de soja em grão, que recua para 77,2 milhões de toneladas, o Brasil conseguirá receitas históricas de US$ 58 bilhões com as vendas externas do complexo soja (grãos, farelo e óleo).

Em 2021, as exportações de soja em grão somaram 86,1 milhões de toneladas.

A queda nas exportações brasileiras de soja se deve à redução de 20 milhões de toneladas na produção nesta safra, devido à seca na região Sul.

Os dados referentes a este mês já mostram uma desaceleração, segundo a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais). As vendas externas de maio, que chegaram a 14,2 milhões de toneladas em 2021, devem recuar para 10,6 milhões neste mês, conforme dados preliminares da associação.

A pressão dos preços dos óleos vegetais já atinge o bolso do consumidor. Nos últimos 30 dias até a primeira semana deste mês, o óleo de soja teve alta de 7,6% em São Paulo, acumulando elevação de 17,5% no ano.

Os dados, divulgados nesta terça-feira, são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O derivado da soja forçou a alta também dos óleos de girassol e de milho, que tiveram altas de 6% e 5%, respectivamente, nos últimos 30 dias.


Trigo Índia e Brasil se destacam no mercado externo por exportações de trigo neste início de ano. Os indianos elevaram em 275% as exportações do primeiro trimestre, em relação a igual período do ano anterior.

Trigo 2 Já o Brasil deverá aumentar em 365% as exportações nos cinco primeiros meses. As vendas externas são estimadas em 2,4 milhões de toneladas pela Anec.

Ritmo menor Em abril deste ano, 180 usinas da região centro-sul colocaram suas máquinas em campo para a colheita de cana-de-açúcar. No mesmo mês do ano passado, eram 207 unidades.

Vai acelerar Os dados são da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que prevê a entrada em operação de outras 57 unidades nesta primeira quinzena do mês.

Citricultura Além de condições climáticas desfavoráveis nos últimos anos, a citricultura vem enfrentado agora a alta dos insumos, o que deverá comprometer os investimentos no setor.

Citricultura 2 A avaliação é do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que prevê aumento de 75% nos custos dos fertilizantes na safra 22/23, em relação à anterior.

Receba notícias da Folha

Cadastre-se e escolha quais newsletters gostaria de receber

Ativar newsletters

Relacionadas