Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities

Gasto com importação de adubo sobe 147% no ano, e venda de trigo cresce 315%

De janeiro a abril, o país importou 11,2 milhões de toneladas de fertilizantes e exportou 2,4 milhões de trigo, segundo a Secex

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São Paulo

A balança comercial do agronegócio apresenta dois pontos de destaques neste ano. Um deles são as exportações recordes de trigo, que somam 2,36 milhões de toneladas no primeiro quadrimestre, um volume 315% superior ao de janeiro a abril do ano passado.

Tradicionalmente importador de trigo para suprir a demanda interna, o Brasil conseguiu atrair a atenção de países africanos e do Oriente Médio para o cereal brasileiro. O Rio Grande do Sul se destaca nas exportações.

Início do plantio de trigo no interior do Paraná
Início do plantio de trigo no interior do Paraná - Mauro Zafalon - 25.abr.22/Folhapress


Outro item de destaque são as importações de fertilizantes. Apesar do cenário desfavorável para as negociações internacionais com esses insumos, o Brasil termina o primeiro quadrimestre com importações de 11,2 milhões de toneladas, 6,5% a mais do que em igual período anterior.

O problema para os produtores são os novos preços internacionais. O volume importado teve pouca variação no período, mas os gastos dispararam.

De janeiro a abril, o país gastou US$ 6,5 bilhões (R$ 32,5 bilhões) para a compra de adubos, um volume financeiro 147% superior ao de 2021.

O mercado externo de commodities se destaca, neste ano, pelos elevados preços. O volume exportado brasileiro não teve grandes mudanças, mas o resultado financeiro foi grande.

As exportações de soja aumentaram apenas 3% neste ano, somando 32,6 milhões de toneladas, mas as receitas atingiram US$ 17,6 bilhões (R$ 88,1 bilhões), 38% a mais do que no primeiro quadrimestre de 2021.

Outro exemplo é o do café, cujas receitas somam US$ 3 bilhões (R$ 15 bilhões), com aumento de 59% em relação a igual período anterior, embora o volume exportado tenha caído.

Os preços internacionais também determinam o desempenho das carnes. O volume total de proteína fresca, refrigerada ou congelada exportada subiu 11% nos quatro primeiros meses deste ano, somando, 2,35 milhões de toneladas. As receitas financeiras, no entanto, subiram para US$ 6,5 bilhões (R$ 32,5 bilhões), com aumento de 71%.

No setor de carnes, apenas a suína não mantém o mesmo desempenho de 2021. A China recompôs seu rebanho, após a eliminação de 40 % do plantel, devido à ocorrência da peste suína no país, e está importando menos.

O volume exportado de carne suína fresca, refrigerada ou congelada recuou para 295 mil toneladas no quadrimestre, 5% a menos do que as exportações de janeiro a abril de 2021. As receitas caíram para US$ 644 milhões (R$ 3,2 bilhões), com queda de 17%.

O açúcar também não repete o bom desempenho do ano passado. O volume externo comercializado caiu para 5,83 milhões de toneladas, com redução de 24%, enquanto as receitas diminuíram 7%.

O aumento de área plantada nos últimos anos faz o país elevar as compras de agrotóxicos. Nos quatro primeiros meses deste ano, o Brasil importou 161 mil toneladas de agroquímicos —inseticidas, fungicidas e herbicidas—, com custo de US$ 1,43 bilhão (R$ 7,2 bilhões).

​As compras desses insumos aumentaram 55% no período, e os gastos, 78%, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

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