Paz em palácios e desertos: destinos que as multidões ainda não descobriram

Atrações célebres como a Mona Lisa no Louvre, o Taj Mahal e o Coliseu romano impressionam turistas do mundo inteiro, mas frequentemente também deixam visitantes frustrados com o empurra-empurra, barulho ou caos que atrapalha a chance de contemplar de verdade estas maravilhas ao vivo e a cores.

O jornal britânico Daily Mail elegeu 10 destinos alternativos para quem quer conhecer palácios, desertos, animais exóticos, formações rochosas, fazer cruzeiros e até participar de um festival histórico — mas sem multidão. Conheça a lista:

1. Triângulo de Coral, em Raja Ampat, na Indonésia

Triângulo de Coral em Raja Ampat, na Indonésia
Triângulo de Coral em Raja Ampat, na Indonésia Imagem: ullstein bild/ullstein bild via Getty Images

Para quem ama a natureza marinha e suas belezas, uma alternativa a circuitos mais populares como Austrália com sua Grande Barreira é o Triângulo de Coral que se estende pelo Pacífico das Filipinas às Ilhas Salomão. O ponto mais interessante, segundo o jornal britânico Daily Mail, é um canto remoto da Indonésia conhecido como Raja Ampat.

Por lá, é possível explorar em um phinisi — tradicional barco de madeira — sem restrição de horário de mergulho ou visita às comunidades da ilha. A melhor época para conhecer é o período de novembro a março, quando as águas estão mais calmas e há grande chances de ver raias manta.

2. Ruínas Maias de Caracol, em Belize

Caracol, em Belize
Caracol, em Belize Imagem: Matt Champlin/Flickr Vision

Se você quer fugir das hordas de turistas que disputam espaço entre as construções maias no México, Caracol é a sua melhor aposta. A maior ruína da antiga civilização em Belize, pequeno país de língua inglesa na América Central, abrigava há cerca de 1.300 anos uma cidade em pleno crescimento com 150 mil habitantes. Dela, restam hoje templos e amplas praças em meio ao verde, que servem apenas de residência a tucanos e macacos.

É o destino ideal para contemplar, em silêncio, a história do povo maia — local que já foi escolhido até pelo príncipe e pela princesa de Gales para uma visita em 2022. A cerca de 1h30 dali, há também o resort intimista de luxo Blancaneaux Lodge, que pertence ao cineasta Francis Ford Coppola.

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3. Pantanal, no Brasil

Passeio de canoa canadense no Pantanal Sul
Passeio de canoa canadense no Pantanal Sul Imagem: Estância Caiman / Layla Motta

Em vez de explorar o sul da Flórida ou o México para conhecer espécies tropicais, que tal ficar dentro do Brasil mesmo para ver de perto a maior zona úmida tropical do mundo e sua rica biosfera? O Pantanal abriga enormes lontras, o singular lobo-guará, a linda arara-azul grande que chega a quase um metro de comprimento, cerca de cinco mil onças e a maior concentração de jacarés do mundo.

Para aproveitar melhor a visita, vá entre maio a outubro — sua temporada seca — quando é possível ver os animais mais facilmente.

4. Ninh Binh, no Vietnã

Tours de barco em Ninh Binh, no Vietnã
Tours de barco em Ninh Binh, no Vietnã Imagem: ullstein bild/ullstein bild via Getty Images
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Segredo bem guardado do Vietnã, Ninh Binh é uma alternativa mais tranquila do que a Baía de Ha long, onde os passeios de caiaque pelas suas águas verdes entre a vegetação e as ilhas costumam ser disputados. Localizada a duas horas de Hanói, ao sul, a área é rodeada por rios, fazendas e templos, além das florestas de pedra que podem ser vistas em roteiros de bike ou passeios de sampan, o barco de madeira popular por lá.

É sempre melhor visitar entre outubro e novembro, quando as águas estão mais altas e os campos de arroz da região estão prontos para a colheita, segundo o Mail.

5. Vale do Fogo, nos EUA

Parque Estadual Vale do Fogo, em Nevada, nos EUA
Parque Estadual Vale do Fogo, em Nevada, nos EUA Imagem: George Rose/Getty Images

A cerca de uma hora de carro de Las Vegas está o Parque Estadual Vale do Fogo, uma paisagem imperdível com seus enormes paredões de arenito vermelho, além de esculturas rochosas de quatro mil anos e lindas trilhas para iniciantes e também para os atletas mais preparados. O ideal é conhecer o parque entre outubro e abril, quando o calor é menos intenso — já que as temperaturas costumam subir bem em Nevada.

É possível preparar roteiros de carro de dois a cinco dias pela área, consultando o parks.nv.gov.

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6. Palácio de Potala, em Lassa, no Tibete

Palácio de Potala, em Lassa, no Tibete, região autônoma da China
Palácio de Potala, em Lassa, no Tibete, região autônoma da China Imagem: Costfoto/Future Publishing via Getty Imag

Do alto de seus quase 3.658 metros, o majestoso Palácio de Potala é uma relíquia do século 17 com mais de mil quartos e um enorme acervo de tesouros budistas. Apesar de muito prestigiado, ele costuma ser mais tranquilo de se visitar do que outras atrações do Tibete. O Mail indica que a maneira mais "aventureira" de chegar lá é pela ferrovia mais alta do mundo que corre pelos planaltos desde Xining por cerca de 965 km com centenas de pontes sobre o solo permanentemente congelado.

A melhor época de visitas para não sucumbir ao frio — atípico para quem é de climas mais amenos — acontece entre junho e setembro.

7. Deserto do Namibe, na Namíbia

Deserto do Namibe, no Parque Nacional Namib-Naukluft, na Namíbia
Deserto do Namibe, no Parque Nacional Namib-Naukluft, na Namíbia Imagem: Wolfgang Kaehler/LightRocket via Getty Images
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Considerado o mais antigo do mundo, o deserto de Namibe é quase totalmente inabitável por humanos, mas conta com uma vida selvagem que se adaptou de maneira surpreendente e impressionante ao seu clima, com elefantes, leões, rinocerontes e lagartos. Quem visita tem a chance não só de vê-los como de escalar enormes dunas de areia, conhecer o povo indígena Himba e explorar a Costa dos Esqueletos, uma área em sua vizinhança repleta de carcaças de navios naufragados por lá.

Este roteiro é tido como ideal para amantes da natureza e também por românticos, dado ao clima intimista da experiência. Uma das formas mais surpreendentes de explorar o Namibe é embarcar em pequenas viagens de avião para admirar vistas incríveis de uma parte da África que parece remeter a outros tempos.

8. Napier, na Nova Zelândia

Napier, na Nova Zelândia
Napier, na Nova Zelândia Imagem: Kerry Marshall/Getty Images

Reconstruída em 1930 após um terremoto, Napier reflete de maneira intensa a arquitetura Art Déco que era moda na época. Esta cidade portuária possui cerca de 150 prédios coloridos e bem preservados, decorados com fontes, fachadas de luzes de neon em frente aos comércios e teatros, detalhes cromados e até um banco com padronagem de tubarões-martelo. Todos os anos, a cidade organiza o Art Déco Festival, que inclui uma variada programação para celebrar a época da reconstrução de Napier, com direito a moradores e visitantes vestidos como há quase 100 anos.

Toda a região da Baía de Hawke, ao seu redor, é famosa também por suas praias, adegas e pela boa comida. O Mail indica Napier como uma excelente parada para quem explora o norte do país vindo de Auckland até Wellington.

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9. Lago Fervente, em Dominica

Lago Fervente (Boiling Lake), no Parque Nacional de Morne Trois Pitons, em Dominica
Lago Fervente (Boiling Lake), no Parque Nacional de Morne Trois Pitons, em Dominica Imagem: DEA / L. ROMANO/De Agostini via Getty Images

Águas fumegantes que lembram o caldeirão de uma bruxa tornaram-se uma atração no coração das montanhas da ilha caribenha de Dominica. Com cerca de 70 metros de largura e a cerca de 800 metros de altura, o Lago Fervente oferece aos turistas a chance de ver de perto a ação do calor do interior do planeta, além de trilhas lindas ao seu redor no Parque Nacional Morne Trois Pitons, reconhecido como Patrimônio da Humanidade pelas Nações Unidas por sua imponente vegetação, cachoeiras e pássaros.

Para quem quer fugir do perrengue de procurar uma experiência semelhante no Havaí. Quem não quer encarar trilhas de quase 20 km poderá, em 2025, ver a região do alto de um teleférico.

10. Costa de Kimberley, na Austrália

Horizontal Falls, na Austrália
Horizontal Falls, na Austrália Imagem: Reefpix/Creative Commons
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A Costa de Kimberley, na Austrália, cada vez mais oferece interessantes cruzeiros entre Broome e Darwin passando por belezas naturais como os Corais de Montgomery, que parecem saltar do oceano, e as Horizontal Falls (Cataratas Horizontais) com enormes corpos de água "apertados" entre paredões rochosos de tirar o fôlego. Uma boa alternativa aos mais cobiçados — e lotados — portos na Europa, por exemplo.

Quem decidir ainda passar algum tempo ancorado em Broome tem a chance de aproveitar suas amplas praias, a variedade de bons restaurante asiáticos e conhecer as fazendas de pérolas.

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