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Os jogos portugueses para pôr as famílias a conversarem

Vanda Marques 26 de junho

Maria João Baeta e André Roque criam jogos para ajudar as famílias a comunicarem e a divertirem-se, longe dos ecrãs.

A pergunta repetida, sem sucesso –“Como foi o teu dia?” – pode agora ser salva. Em vez de os pais receberem a resposta, monocórdica, de “Bem”, existe uma forma de saber mais detalhes sobre o que fazem os miúdos na escola e de forma divertida. Essa é a próxima missão do The Happy Gang, empresa portuguesa que cria baralhos de cartas para pôr as famílias a conversar. Em julho sai este jogo, com 50 cartas, e perguntas eficazes: “E se pudesses pedir uma coisa ao teu professor/a, o que lhe pedirias?”

André Roque e Maria João Baeta são cunhados 
e já lançaram 
32 produtos Fernando Ferreira

Maria João Baeta e André Roque, os fundadores da empresa, explicam que têm uma missão: tornar mais fáceis as conversas em casa. “Acho que com este tipo de perguntas – que tiramos do baralho – vamos saber mais coisas sobre a vida dentro da escola. Até podemos chegar à conclusão de que ele não gosta do professor ou que não lhe dá liberdade para extravasar os seus pensamentos, por exemplo”, diz à SÁBADO André Roque, responsável pelo marketing e cunhado de Maria João Baeta. Aliás, foi ela que o desafiou a criar este projeto. Uma ideia simples: uma caixa com várias cartas e perguntas, mas que pode ser muito útil para as famílias. Maria João Baeta dá um exemplo que aconteceu na Feira do Livro, onde tinham um pavilhão. “Um pai tirou uma carta de outro jogo e a pergunta era: ‘Se pudesses mudar uma coisa na tua escola, o que é que era?’ E a resposta do filho foi: ‘O meu professor.’ O pai ficou surpreendido”, diz.

Uma das cartas do baralho Vamos Conversar



Afirmações positivas

The Happy Gang, que começou em 2021, já criou 32 produtos e até ao fim do ano vai ter mais 23 novidades. “A nossa marca surge no pós-pandemia, numa altura em que os pais se queixavam imenso que os miúdos estavam agarrados aos telemóveis”, conta Maria João Baeta. Foi durante os confinamentos que percebeu como as suas filhas, na altura com 7 e 10 anos, gostavam de fazer um jogo de perguntas ao jantar, como: “Qual o teu prato preferido?”

Os primeiros baralhos foram: Os Meus Superpoderes, o Vamos Conversar e as Afirmações Positivas, e trabalharam com a psicóloga Rita Castanheira Alves. “As ideias partem de nós, mas neste caso era importante desenvolver as frases com alguém especialista na área”, conclui Maria João Baeta, de 45 anos, que teve uma loja de brinquedos em Lisboa. E aponta a vantagem do baralho: “Não vamos dizer aos meninos: ‘Olha, vamos sentar-nos e falar sobre ambientalismo.’ Com as cartas é mais natural e simples.”

Os criadores do projeto dizem que a missão fica cumprida quando recebem mensagens sobre o impacto dos jogos. “Dizem-nos que já não conseguiam falar com os filhos adolescentes e que agora o diálogo melhorou.”

No meu corpo
São temas complexos, mas essenciais. O jogo No Meu Corpo Mando Eu tem a participação da sexóloga Vânia Beliz. Nas 30 cartas há mensagens como: “Ninguém te deve tirar fotografias se não quiseres” ou “Não é bom ter segredos”. “Procuramos temas importantes”, diz a criadora, que defende que é a conversar que se aprende.

A pergunta repetida, sem sucesso –“Como foi o teu dia?” – pode agora ser salva. Em vez de os pais receberem a resposta, monocórdica, de “Bem”, existe uma forma de saber mais detalhes sobre o que fazem os miúdos na escola e de forma divertida. Essa é a próxima missão do The Happy Gang, empresa portuguesa que cria baralhos de cartas para pôr as famílias a conversar. Em julho sai este jogo, com 50 cartas, e perguntas eficazes: “E se pudesses pedir uma coisa ao teu professor/a, o que lhe pedirias?”

Maria João Baeta e André Roque, os fundadores da empresa, explicam que têm uma missão: tornar mais fáceis as conversas em casa. “Acho que com este tipo de perguntas – que tiramos do baralho – vamos saber mais coisas sobre a vida dentro da escola. Até podemos chegar à conclusão de que ele não gosta do professor ou que não lhe dá liberdade para extravasar os seus pensamentos, por exemplo”, diz à SÁBADO André Roque, responsável pelo marketing e cunhado de Maria João Baeta. Aliás, foi ela que o desafiou a criar este projeto. Uma ideia simples: uma caixa com várias cartas e perguntas, mas que pode ser muito útil para as famílias. Maria João Baeta dá um exemplo que aconteceu na Feira do Livro, onde tinham um pavilhão. “Um pai tirou uma carta de outro jogo e a pergunta era: ‘Se pudesses mudar uma coisa na tua escola, o que é que era?’ E a resposta do filho foi: ‘O meu professor.’ O pai ficou surpreendido”, diz.

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