O Irão e a Suécia realizaram este sábado uma troca de prisioneiros, mediada por Omã. O iraniano Hamid Noury, que cumpria uma pena de prisão perpétua pelo seu papel numa execução em massa na década de 1980, foi libertado pela Suécia e trocado pelos suecos Johan Floderus e Saeed Azizi.
hris Anderson/TT News Agency/via REUTERS
"Os esforços de Omã resultaram num acordo entre os dois lados sobre uma libertação mútua, já que os libertados foram transferidos de Teerão e Estocolmo", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Omã.
Imagens da agência de notícias oficial iraniana IRNA mostram Hamid Noury a chegar ao aeroporto de Mehrabad, em Terão – onde foi recebido pela sua família. Por volta das 16h de Lisboa o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, dava conta em comunicado, que os cidadãos suecos Johan Floderus e Saeed Azizi, detidos no Irão, estariam num avião de regresso à Suécia.
"Como primeiro-ministro, tenho uma responsabilidade especial pela segurança dos cidadãos suecos. O governo tem, portanto, trabalhado intensamente nesta questão, juntamente com os serviços de segurança suecos que negociaram com o Irão."
Ao anunciar a troca, o primeiro-ministro sueco acrescentou ainda que o Irão fez de Floderus e Azizi "peões num jogo de negociação cínico, com o objetivo de libertar o cidadão iraniano Hamid Noury da prisão na Suécia".
Hamid Noury, de 63 anos, foi detido num aeroporto de Estocolmo em 2019 e posteriormente condenado à prisão perpétua, por crimes de guerra, execução em massa e tortura de presos políticos na prisão de Gohardasht, em Karaj, no Irão, em 1988 – onde era assistente do procurador-adjunto. Contudo, negou sempre as acusações.
O iraniano foi a primeira pessoa a ser condenada por participar na execução de milhares de prisioneiros, algo que o Irão nunca havia reconhecido formalmente.
Quanto a Johan Floderus, foi detido no Irão há dois anos, sob a acusação de espionagem. Saeed Azizi, de nacionalidade sueco-iraniana, foi preso em novembro do ano passado e condenado a cinco anos de prisão pelo que a Suécia chamou de "motivos ilícitos".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, entretanto já saudou a libertação de ambos os suecos da "custódia iraniana injustificada" e felicitou a Suécia pelo seu trabalho.
As relações entre a Suécia e o Irão deterioraram-se após a condenação de Hamid Noury. Os grupos de direitos humanos estimam que entre 2.800 e 5.000 mulheres e homens terão sido executados em locais que incluem a prisão de Gohardasht. Os dados correspondem a um período entre julho e setembro de 1988.
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