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Quem pode vir a substituir Rishi Sunak como líder dos conservadores?

Com uma derrota histórica, o atual líder do Partido Conservador do Reino Unido optou por se demitir. Quais são os prováveis candidatos à liderança do partido?

Ao perder de forma estrondosa as eleições legislativas no Reino Unido, Rishi Sunak anunciou a sua demissão da liderança do Partido Conservador.

Kemi Badenoch
Suella Braverman
James Cleverly
Robert Jenrick
Jeremy Hunt
Priti Patel
Tom Tugendhat
Victoria Atkins
Suella Braverman
James Cleverly
Robert Jenrick
Jeremy Hunt
Priti Patel
Tom Tugendhat
Victoria Atkins

"Na sequência deste resultado, demitir-me-ei do cargo de líder do partido, não imediatamente, mas assim que estiverem concluídas as disposições formais para a seleção do meu sucessor. É importante que, após 14 anos no governo, o Partido Conservador se reconstrua, mas também que assuma o seu papel crucial na oposição de forma profissional e eficaz", afirmou Rishi Sunak após perder as eleições de quinta-feira passada.

Com o partido a caminho da oposição, algo que não acontecia desde 2010, a corrida para encontrar o próximo líder está a começar. Quem são os possíveis candidatos?

Kemi Badenoch

Ex-ministra de Negócios e Comércio, Kemi Badenoch, é vista como a "querida da direita", por este campo político. Antes das eleições deixou a porta aberta para um cargo mais alto. "Falaremos sobre assuntos de liderança depois de uma eleição."

Kemi Badenoch, de 44 anos, nasceu em Wimbledon, nos arredores de Londres, mas cresceu na Nigéria e nos Estados Unidos, tendo regressado ao Reino Unido aos 16 anos.

Tornou-se deputada em 2017, apoiou o Brexit, e enquanto ministra das Mulheres e da Igualdade tornou-se polémica a sua exigência de uma alteração à Lei da Igualdade para que perante a lei o sexo reconhecido seja apenas o biológico.

Concorreu na disputa pela liderança conservadora de 2022 após a renúncia de Boris Johnson, tendo terminado em quarto lugar entre oito candidatos.

Kemi Badenoch é conhecida pela sua linguagem mordaz sobre as questões de políticas de Identidade, tendo até sido nomeada ministra do ano pelo site ConservativeHome em 2023, após assumir estas posições mais radicais. Por isso tem o apoio de muitos conservadores, mas alguns destes preocupam-se com a sua combatividade, de acordo com o The Guardian.

Suella Braverman

Suella Braverman cultivou a reputação de alguém que não tem medo de expressar as suas opiniões sobre a imigração, lei e a ordem por mais controversas que possam ser.

É advogada de profissão, e tem um historial de artigos de opinião controversos. Foi nomeada ministra do Interior por Rishi Sunak, que a demitiu do cargo devido a um artigo em que acusava a Polícia Metropolitana de parcialidade no policiamento de protestos e por comentários de que a falta de habitação era uma "escolha de estilo de vida".

Anteriormente, foi procuradora-geral de Inglaterra e do País de Gales durante o mandato de Boris Johnson e presidiu ao Grupo de Investigação Europeia. Foi eleita deputada em 2015.

Mais recentemente, afirmou ao The Times que daria as boas-vindas a Nigel Farage - o emblemático líder da campanha pelo Brexit - no Partido Conservador: "Não há muita diferença entre ele e muitas das políticas que defendemos."

A candidatura de Suella Braverman é caracterizada pelo seu ênfase na redução drástica da imigração e na retirada da Convenção Europeia dos Direitos do Homem. Alguns deputados apoiam a sua candidatura, mas estes preocupam-se com o gosto pela controvérsia.

James Cleverly

Ex-secretário do Interior e também ex-secretário dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly é um dos mais experientes e antigos ministros do partido, e tem vindo a ser falado nos círculos conservadores moderados como um candidato que poderia unificar o partido.

Depois de uma lesão ter interrompido a sua carreira no exército, licenciou-se em gestão e juntou-se ao exército territorial. James Cleverly trabalhou em revistas e na edição digital antes de criar a sua própria empresa. Foi membro da Assembleia de Londres antes de se tornar deputado.

Uma parte importante do seu mandato como ministro do Interior foi o plano para enviar requerentes de asilo para o Ruanda. No ano passado, causou controvérsia, tendo sido forçado a pedir desculpa, depois de ter feito uma piada sobre a violação num encontro, que admitiu poder ter prejudicado o trabalho do governo para combater o consumo de bebidas alcoólicas.

Antes das eleições, foi noticiado que ele não se candidataria para substituir Rishi Sunak, mas ainda não saiu um anúncio oficial.

Apesar de ser oficialmente um centrista, James Cleverly não é avesso a um pouco de guerra cultural e poderá agradar a alguns da direita. A sua maior desvantagem é a sua proximidade com a liderança de Rishi Sunak.

Robert Jenrick

O antigo ministro da Imigração, Robert Jenrick negou, no mês passado, que estivesse a dar o primeiro tiro na corrida para substituir Rishi Sunak, quando escreveu um artigo de opinião apelidado pelo The Mail on Sunday como sendo "a apresentação efetiva do seu manifesto".

Jenrick utilizou o artigo para afirmar que os conservadores são a "casa natural dos eleitores reformistas" e que o antigo primeiro-ministro Boris Johnson "deve ter sempre um lugar" nos conservadores, incluindo no Parlamento, se assim o desejar.

O deputado demitiu-se do cargo de ministro em dezembro de 2023 após ter afirmado que o projeto de lei da deportação de imigrantes para o Ruanda "não ia suficientemente longe".

Mesmo tendo-se demitido do cargo de ministro, Robert Jenrick está interessado em concorrer para líder do partido. Uma figura anteriormente pouco conhecida, cuja ascensão ministerial sob o comando de Boris Johnson fez com que fosse rotulado de "Robert Generic", reinventou-se como opositor da imigração.

Jeremy Hunt

Depois de se ter candidatado a líder em 2019 e 2022, Jeremy Hunt poderá estar relutante em tentar uma terceira vez, mesmo tendo sido eleito como deputado para a Câmara dos Comuns, nesta eleição.

No entanto, a sua longa experiência no governo britânico pode ser atrativa para os conservadores que procuram uma influência mais calma após a troca constante de líderes no partido nos últimos anos.

É membro do Partido Conservador, e do Parlamento para South West Surrey desde 2005. Jeremy Hunt exerceu o cargo de ministro das Finanças entre 2022 e 2024.

Anteriormente, serviu no governo como secretário de Estado da Cultura, Jogos Olímpicos, Media e Desporto entre 2010 e 2012, secretário de Estado da Saúde e Assistência Social de 2012 a 2018 e secretário de Relações Exteriores de 2018 a 2019.

Priti Patel

A antiga ministra da Administração Interna foi uma das principais porta-vozes da direita. Priti Patel é vista como uma das deputadas de direita mais tradicionais do partido, em comparação com a sua sucessora, Suelli Braverman, que reúne consenso junto de alguns dos deputados conservadores eleitos em 2019.

Foi uma figura de destaque na campanha para a favor da saída da União Europeia e, enquanto ministra do Interior, lançou um sistema de imigração baseado em pontos, assinou o acordo com o Ruanda para o envio de requerentes de asilo para o país e fechou acordos de retorno com a Albânia e a Sérvia. Demitiu-se do cargo depois de Liz Truss se ter tornado líder dos Conservadores.

A sua atuação dentro do partido foi discreta, mas fez várias intervenções, nomeadamente em matéria fiscal, no final do mandato dos conservadores.

Priti Patel tornou-se deputada em 2010 e ocupou cargos de ministra durante o mandato de Theresa May e Boris Johnson, no Desenvolvimento Internacional e no Interior, respetivamente. Manteve-se fiel a Boris Johnson, sendo um dos fatores que a deixou popular entre os restantes membros do partido.

Tom Tugendhat

O ex-ministro da Segurança Tom Tugendhat, que voltou a ser eleito por Tonbridge, em Kent, recusou-se repetidamente a descartar a possibilidade de assumir um cargo de topo durante a campanha eleitoral. Anteriormente, concorreu sem sucesso à liderança em 2022.

É visto como estando na ala centrista do partido, o que significa que poderá ter dificuldade em convencer os membros conservadores mais à direita.

As hipóteses do antigo militar para conseguir disputar a liderança dependem de os conservadores verem esta pesada derrota como uma razão para se aproximarem do centro ou para se deslocarem mais para a direita.

Victoria Atkins

Deputada desde 2015, Victoria Atkins não é a mais conhecida dentro do partido. É ministra do governo há pouco mais de seis meses, quando foi nomeada para a pasta da Saúde na mais recente remodelação de Rishi Sunak. No entanto, é vista dentro do partido como uma boa comunicadora.

Victoria Atkins, que manteve o seu lugar em Louth e Horncastle com uma maioria reduzida, tem sido apontada como candidata da ala mais moderada do partido, tendo deixado a porta aberta para essa candidatura no período que antecedeu as eleições.

Numa gravação divulgada em dezembro, Oliver Dowden, ex-vice-primeiro-ministro, terá falado de Victoria Atkins como uma "estrela" capaz de liderar os conservadores.

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