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Os projetos do Museu A CASA do Objeto Brasileiro são a essência do trabalho de valorização do saber artesanal promovido pela instituição.
Cada projeto busca fortalecer a cadeia produtiva do artesanato nacional por meio do incentivo às criações locais, que geram visibilidade e contribuem positivamente para a formação de renda e desenvolvimento sustentável das comunidades artesãs que participam da iniciativa.
As ações costumam acontecer em territórios tradicionalmente conhecidos por preservarem uma técnica ou saber artesanal específico. Em geral, matérias-primas locais são privilegiadas na confecção de peças e objetos que narram um pouco da história do lugar e das pessoas que o fazem.
Durante o período de contato entre a equipe do Museu A CASA e as comunidades artesãs participantes do processo (que pode durar meses ou anos), são realizadas oficinas, encontros e troca de saberes que contribuem para o aprimoramento e atualização de técnicas artesanais que já trabalhadas na região, além de estimularem a aprendizagem de novos processos e ferramentas.
Há uma ênfase importante no resgate, registro, valorização e difusão do patrimônio imaterial imbuído nas tradições, assim como espaço para a busca de novos caminhos e diversificação criativa, com vistas à ampliação do seu potencial de comercialização.
A intenção é fomentar e contribuir com os processos de concepção, produção, divulgação e circulação dos produtos que nascem do rico e diverso saber artesanal presente em todo o território nacional, para que, ao final de cada projeto, a experiência gere impacto social positivo no cotidiano dessas comunidades e amplie a visibilidade de suas produções.
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projeto artesanía warao
![Fotos Waraos Tradicao - _benjamastphoto-22.jpg](https://cdn.statically.io/img/static.wixstatic.com/media/b2bfac_19ec9080ba97449abf20d6407225d2f3~mv2.jpg/v1/fill/w_111,h_74,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/Fotos%20Waraos%20Tradicao%20-%20_benjamastphoto-22.jpg)
Um exemplo de como essa conexão acontece está representado no Projeto Artesanía Warao, realizado desde 2019 junto às comunidades artesãs indígenas do povo Warao em Manaus, no Amazonas, e em Boa Vista e Pacaraima, no estado de Roraima.
O projeto é uma parceria entre o Museu A CASA do Objeto Brasileiro, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e o Laboratório de Inovação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID Lab).
Os Warao são um grupo étnico constituído há mais de oito mil anos no delta do rio Orinoco e que, em função de problemas econômicos e políticos na Venezuela, começaram a migrar para o Brasil de forma mais intensa a partir de 2016, principalmente para os estados da região Norte. Neste contexto, o artesanato surge não só como uma ferramenta de resistência, preservação e fortalecimento de laços entre os grupos refugiados, mas também como uma porta aberta para a geração de renda e transformação social.
Na primeira etapa do projeto (ainda em curso), o Museu A CASA convidou o designer Sérgio J. Matos, para co-criar junto aos Warao e desenvolver novos produtos com palha natural extraída da palmeira de buriti, uma planta que carrega conexão ancestral com a etnia. Todo o trabalho respeitou a tradicional técnica indígena e resultou em cestas e vasos que, posteriormente, foram expostos em uma mostra especial no próprio Museu A CASA (intitulada Ojidu – Árvore da Vida Warao) e desde então são comercializados na Loja do museu e em outros estabelecimentos especializados.
Em 2023, o projeto atua em diversas frentes e atende uma população de cerca de 150 artesãos e artesãs – alguns deles também pertencem à comunidade LGBTQIA+. Entre as atividades realizadas, estão: oficinas de padronização de peças, precificação, catalogação, tingimento, associativismo, empreendedorismo, técnicas de venda, educação financeira, inclusão digital e outros workshops.
Além disso, a equipe de campo também acompanha e orienta os participantes a se inscreverem em feiras locais mensalmente, para aumentar o alcance de vendas e fazer com que eles mesmos tenham autonomia para desenvolver e administrar o próprio trabalho.
Em breve, uma nova exposição dedicada ao projeto Artesanía Warao será apresentada ao público no Museu A CASA do Objeto Brasileiro. Posteriormente, a exposição terá também a possibilidade de itinerar por outras instituições do país.
![Fotos Waraos Tradicao - _benjamastphoto-19.jpg](https://cdn.statically.io/img/static.wixstatic.com/media/b2bfac_7e298ad09f1040fca5b9280ca267dcf2~mv2.jpg/v1/crop/x_0,y_167,w_899,h_1113/fill/w_115,h_142,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/Fotos%20Waraos%20Tradicao%20-%20_benjamastphoto-19.jpg)
projetos desenvolvidos
Além do Artesanía Warao, até 2023 foram realizados outros seis projetos.
O primeiro foi uma parceria entre o estilista Walter Rodrigues e as artesãs da Associação das Rendeiras de Morros da Mariana, no Piauí, em 2000, intitulado Mão na Moda. Depois, em 2001, surgiu o Design Solidário Brasil-Holanda, feito em conjunto com a Design Academy Eindhoven, da Holanda, e duas associações comunitárias brasileiras; e o projeto Poética da Palha, de 2011, uma realização do A CASA com grupos de artesãos do Vale do Ribeira, no Paraná, juntamente com o designer Renato Imbroisi.
Mais tarde, em 2013, nasce o Bordado Boa Noite - Ilha do Ferro, no qual o Museu A CASA se conecta com a cooperativa de mulheres artesãs Art-Ilha e os designers Paula Ferber e Renato Imbroisi. Em 2015, inspirado pela delicadeza das tramas de renda, o estilista Dudu Bertholini viaja para diferentes cidades da região Nordeste do país e trabalha ao lado de comunidades rendeiras no projeto Renda-se. Por fim, em 2018, o Museu A CASA e Ambev se juntam para desenvolver o projeto A CASA AMA Carnaúba, de revitalização e inovação com artesãos do município de Jaguaruana, Ceará.
Os projetos respeitam as particularidades, necessidades e repertórios das comunidades artesãs e dos designers envolvidos, reverenciando os saberes tradicionais, propondo a troca de conhecimentos e fomentando colaborações. O intuito é conferir ao artesanato maior reconhecimento e valorização, ao mesmo tempo, em que, no longo prazo, busca reforçar soluções voltadas à autossustentabilidade e geração de renda.
A CASA AMA Carnaúba (2018)