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projeto artesanía warao (2019)
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Desde que foi criado, em maio de 1997, o Museu A CASA do Objeto Brasileiro tem a missão de valorizar e fomentar a produção artesanal e o design brasileiro. Esse trabalho é feito unindo diferentes artistas, de diferentes regiões, cada um com sua assinatura própria, para co-criar e construir peças únicas, autênticas e que contem um pouco de sua história local.
Em 2019, o Museu A CASA entrou em contato com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para propor um projeto em que poderia trabalhar o artesanato com um grupo de refugiados. Dias depois, as equipes do A CASA e do ACNUR se reuniram para iniciar uma parceria com a população venezuelana indígena da etnia Warao (Povo da Água), em Manaus, no Amazonas, e em Boa Vista e Pacaraima, em Roraima.
“No mundo atual, onde uma parcela da população se encontra em trânsito, incentivar sua produção cultural artesanal é um meio eficiente de espelhar sua identidade e possibilitar uma geração de renda sustentável”, afirma Renata Mellão, fundadora do Museu A CASA e articuladora do projeto."
Os Warao, grupo étnico constituído há mais de oito mil anos no delta do rio Orinoco, começaram a migrar para o Brasil de forma mais intensa a partir de 2016, principalmente para os estados de Roraima, Amazonas e Pará, em função de problemas econômicos e políticos na Venezuela.
Para eles, a palmeira buriti é considerada uma mãe, proporcionando tudo que necessitam para alimentação, habitação e artesanato. Dela, usam como base a fibra da sua palma. Ao contemplar as artesãs trançando ou tecendo, fica evidente que a habilidade em executar suas técnicas artesanais se transformou em um conhecimento inerente à sua existência.
Durante o projeto, foram realizadas oficinas de trabalho na capital do Amazonas, Manaus, onde o Museu convidou o designer Sérgio J. Matos, experiente no manuseio de fibras da região amazônica, para co-criar junto aos Warao. No processo, foram feitos cestos e vasos com a palha ao natural, respeitando a tradicional técnica indígena.
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Para divulgar o trabalho do grupo, o Museu A CASA comprou alguns dos objetos e organizou uma exposição. Algumas das peças, feitas em tamanho maior, foram transportadas a São Paulo pela Força Aérea Brasileira (FAB), por meio de sua parceria com o ACNUR, e apresentadas na exposição.
O Museu A CASA vendeu quase todos os objetos criados pelas artesãs na própria noite da inauguração da exposição, mostrando o potencial desse artesanato. Foi surpreendente o interesse do público em conhecer a história, adquirir as peças e participar do workshop gratuito oferecido por duas artesãs indígenas Warao, presentes na abertura.
Esta sequência de ações fortaleceu a parceria entre o Museu A CASA e o ACNUR e o projeto Artesanía Warao continua em desenvolvimento. Em breve, será organizada uma nova exposição com peças desenvolvidas recentemente por cerca de 150 artesãs e artesãos.
Hoje, o projeto se dedica a realização de oficinas voltadas à capacitação e inclusão digital dos participantes, explorando temas como a padronização de peças, precificação, catalogação, tingimento, associativismo, empreendedorismo, técnicas de venda e educação financeira. Todos os encontros e workshops visam despertar a autonomia dos artesãos participantes, permitindo que cada um possa gerir e cuidar do próprio negócio.