• Luiza Souza (@luizamsouza)
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Spinning em casa (Foto: Valentina Sampaio em fotos de Gui Paganini)

Spinning em casa (Foto: Valentina Sampaio em fotos de Gui Paganini)

Há mais de quatro semanas em isolamento social, tive que reinventar minha rotina fitness – assim como todo mundo que está podendo ficar em casa. Acompanhei algumas aulas de dança em formato live com o professor que eu fazia aula na academia, tenho feito algumas sessões de treino funcional com o app Nike Training e venho me empenhando na yoga. Eu adoro a prática e toda vez que faço uma aula relembro como é gostoso, como alonga e relaxa ao mesmo tempo que exige força e concentração. A meu ver, é o exercício ideal em tempos de #ficaemcasa, já que basta ter um tapetinho e um celular para acompanhar as asanas, ajuda a centrar, já rola aquela meditaçãozinha e aquele momento de olhar pra dentro, ao mesmo tempo que trabalha-se o corpo todo.

Ok, mas na prática eu estava sentindo muita falta daquela boa e velha endorfina. De transpirar a ponto de molhar o cabelo e o top, do corpo extravasar como um grito, de sentir os músculos trêmulos e uma sensação entorpecente quando o treino acaba. Estava de olho numa bike ergométrica depois que vi o post da Paula Narvaes, esportista e corredora "faca na caveira", em que ela conta que alugou uma pois os treinos em casa, cheios de pulos e corrida sem sair do lugar estavam acabando com seus tornozelos Tentei alugar na que ela tinha indicado, de uma academia na Lapa. Cheguei tarde demais: “entre na fila de espera”, me disse o atendente, via direct message.

Dias depois, recebi um mail marketing de uma grande rede de academias, a Bio Ritmo, que detém também as micro gyms Race Bootcamp e Vidya (vira e mexe eu fazia aulas lá, por isso chegou o email), anunciando que estavam alugando suas bikes. Não pensei duas vezes, cliquei e fechei o plano de um mês com frete incluído (sim, há de se pensar nesta logística, em alguns casos é o cliente que tem que retirar o equipamento). Bem, em quatro dias a bike chegou e logo perdi todo o espaço do meu closet, onde escolhi deixá-la. Tenho uma bebê pequena em casa e a sala é toda para ela brincar. Já o espaço dos armários, um corredor estreito, fica de frente para o espelho - se eu apagar a luz fica escurinho como uma aula de spinning!

Minha pedalada de estreia foi com a Ana Paula, do Studio Velocity, que comanda uma das aulas mais animadas e com ótima trilha sonora, daquelas que, na vida pré-corona, sempre tinha fila de espera. Sentei e pedalei por 45 minutos como numa aula normal, com subidas e giros, só que com outras quase 300 pessoas acompanhando a transmissão. Só de pensar nisso, que tanta gente estava naquela mesma sintonia ao mesmo tempo, já deixou a experiência legal. A professora seguiu com a mesma vibe de sempre, com direito a u-hus e gritinhos (confesso que também dei vários, ótima forma de desopilar!), pedalando sozinha de dentro da sala de aula. A única coisa que me incomodou foram os comentários da live pulando a cada segundo, me desconcentraram um pouco – acabei tapando os mesmos com a toalha. Mas a experiência toda foi parecida com as aulas tradicionais.

A escolha do closet também foi certeira por dois motivos: na correria de começar a live, esqueci de pegar uma toalhinha para enxugar o suor e foi fácil abrir uma gaveta e pegar uma camiseta podrinha para me secar. Também estava perto dos meus lenços e faixas de cabelo – alcancei uma para tirar a franja do rosto sem ter que parar de pedalar. Também, tenho frequentado tão pouco meus armários e gavetas em tempos de quarentena que não é problema que o closet fique mais apertadinho na hora de pegar uma calça e uma camiseta – meu uniforme básico do home office.

Pretendo agora começar a fuçar outras aulas em academias daqui e lá de fora - por aqui, já estão na minha lista treinos oferecidos pela Ride State (pode-se comprar aulas avulsas e pacotes, em versões gravadas ou live) e Spin'n Soul.

Também estou louca para testar uma aula da One Peloton (enquanto não realizo o sonho de ter uma bike da marca). Para quem não sabe, trata-se de uma start-up norte-americana que criou uma bicicleta toda high-tech (e silenciosa), que vem com uma tela acoplada que permite que os usuários participem remotamente de aulas de spinning que são transmitidas, ao vivo ou on-demand, direto de seus estúdios fitness. Criou-se uma comunidade de fãs (celebridades e atletas incluídos isso) e é o talk of the town da turma fitness em Nova York, onde nasceu.