• Sara Magalhães (@_saramagalhaes_)
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WELLNESS (Foto: Vogue Brasil)

Saiba as causas, prenvenção e tratamentos para a dor de cabeça (Foto: Arquivo Vogue Brasil)

É raro encontrar alguém que nunca sentiu dor de cabeça ao menos uma vez na vida. A cefaleia tensional, o termo médico atribuído ao desconforto na cabeça, é tão comum que mais da metade da população mundial já a sentiu pelo menos uma vez ao ano, segundo as conclusões de um estudo publicado recentemente no Journal of Headache and Pain, que revisou 357 pesquisas divulgadas sobre o assunto entre os anos de 1961 e o final de 2020.

O estudo concluiu que 52% da população mundial já teve dor de cabeça. Entre os dados colhidos, 14% das pessoas diziam sentir enxaqueca; 26% relataram dor de cabeça do tipo tensional; cerca de 5% dor de cabeça durante metade ou mais dias do mês e quase 16% contaram ter dor de cabeça todos os dias. 

Lars Jacob Stovner, o principal autor da revisão feita pela Universidade Norueguesa de Ciências e Tecnologia, disse em comunicado que a prevalência das dores de cabeça permanece alta em todo o mundo e fez um alerta para a prevenção: "Devemos nos esforçar para reduzir essa carga por meio do cuidado prévio e de um melhor tratamento."

O médico neurologista Gabriel de Rezende, formado em neurologia e neuro-oncologia pela UNIFESP e membro do corpo diretivo da Society for Neuro-Oncology Latin America (SNOLA), atribui o alto número de pacientes com cefaleia, principalmente, ao contexto estressante que boa parte da população vive. "O ritmo de vida acelerado no qual muitos se submetem no dia a dia torna a dor de cabeça um sintoma difícil de evitar. A rotina de estresse e outros fatores contribuem para o que chamamos de cefaleia tensional, mas é possível evitar e tratar o problema", explica.

O que pode causar dor de cabeça?

O neurologista explica que a dor de cabeça pode ser vista como um sintoma associado a alguma disfunção no organismo. Além do estresse, também podem desencadear o desconforto fatores como: desidratação, alimentação pobre em nutrientes, rinite alérgica, sinusite, alterações hormonais, procedimentos estéticos e cirurgias na região da face, tumores, AVC, sangramentos no cérebro, traumas na cabeça e abuso de medicamentos.

Dor de cabeça e enxaqueca são a mesma coisa?

A literatura médica lista mais de 150 tipos de dores de cabeça, que se manifestam de diferentes formas. O médico explica que, entre as mais comuns, está a enxaqueca e a dor de cabeça que também conhecida como cefaleia tensional. Essa última costuma se manifestar como um incômodo com intensidade que pode variar entre baixa, média e aguda na região da testa ou de toda a cabeça. Nesse caso, o paciente ainda pode ter a sensação de uma forte pressão na área.

A enxaqueca também é um dos tipos de dores de cabeça mais comuns e tem como principal característica a sensação de dor intensa pulsante em um dos lados ou em toda a cabeça. De acordo com o especialista, "a dor pode ser tão incômoda que pacientes chegam a vômitar, além de desenvolver sensibilidade à cheiros, sons e luz".

Como evitar a dor de cabeça e como lidar quando ela aparece

"Muita gente acaba não procurando ajuda médica porque acredita que consegue conviver com a dor de cabeça, mas, na verdade, isso nem sempre acontece", ressalta o Gabriel, que cita o abuso de medicamentos como atitude frequente e perigosa. "Muitos pacientes recorrem aos analgésicos e exageram na dose na ânsia de aliviar a cefaleia. No entanto, o uso exagerado de qualquer medicamento pode causar abstinência", completa o especialista.

Para evitar a cefaleia e a enxaqueca, o médico recomenda dar um tempo da rotina estressante, principalmente nos casos em que a dor é desencadeada pelo contexto social, como quando ficamos expostos à ambientes barulhentos e ao excesso de telas. Hábitos perigosos à saúde, como consumir álcool em excesso, dormir pouco ou mal e fumar também devem ser evitados para diminuir a possibilidade das dores de cabeça.

O médico também recomenda que o paciente trate no início das dores. "Quando não tratamos na primeira hora, a cefaleia tende a cronificar, ou seja, a dor piora e fica mais difícil de aliviar". O especialista indica tomar um medicamento para dor de cabeça logo que o incômodo aparecer. Caso não seja aliviado em 50% a partir de duas horas da primeira ingestão, só então o paciente pode tomar mais um medicamento. Além do tratamento com remédios, é possível melhorar a dor com a ingestão de água, bolsas de água quente, descanso e um banho relaxante.