As principais bolsas de Nova York rondam a estabilidade na tarde desta sexta-feira (21), após dado de atividade econômica subir para o maior nível em 26 meses. Por volta das 16h, o Dow Jones estava praticamente estável, o S&P 500 caía 0,11% e o Nasdaq tinha queda de 0,18%
O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos, que reúne dados do setor industrial e também de serviços subiu marginalmente para 54,6 em junho, ante 54,5 em maio, segundo dados preliminares da S&P Global.
Hoje, as bolsas americanas passam pelo fenômeno de triple witching, que ocorre uma vez a cada trimestre e marca os vencimentos de opções de ações, futuros de índices de ações e contratos de opções de índices de ações. O fenômeno estende a inversão de cenário já observada na sessão de ontem, no qual papéis que estavam se valorizando muito passaram a cair e papéis não tão populares se valorizaram mais.
Diego Chumah, gestor de bolsa e macroeconomia da ASA, aponta que hoje venceram US$ 5 trilhões de opções, que são mecanismo de proteções usados por investidores institucionais, como fundos: US$ 3 trilhões venceram pela manhã, e US$ 2 trilhões agora à tarde, o que tornou o mercado mais estável. "É um valor de vencimento histórico. Desde 2019 as opções crescem muito na bolsa americana, tanto em quantidade como valor. Como o mercado sobe de forma intensa, os valores, naturalmente, acompanham".
O movimento técnico, que se afasta de fatores econômicos, deve se estender pela semana que vem até o fim do mês, complementa o gestor. Isso porque acontecerá também o rebalanceamento de diversos índices, o que afeta principalmente investimentos que seguem esses indicadores, os ETFs. "No rebalanceamento do índice, como algumas ações andaram muito, os gestores são obrigados a comprar as que caíram de forma a manter seus porcentuais no portfólio".
Há também uma parte do mercado que, nesse momento, decide realizar lucros ao vender ações que subiram muito nos últimos meses. Por fim, colabora para a mudança do mercado também a diminuição de recompra de ações por parte das empresas, diante do início da temporada de resultados do segundo trimestre, diz Chumah.
"Geralmente as empresas param de realizar recompras de papéis um mês antes de divulgar seu balanço. Como muitas empresas grandes devem divulgá-los no meio de julho, esse fluxo, que é um dos mais importantes para a bolsa, já diminuiu muito. Dessa forma, o mercado perde os pilares que o mantém valorizado".