A quinta-feira (23) é marcada por dados de atividade na zona do euro e nos Estados Unidos, além da repercussão de alguns acontecimentos importantes da quarta-feira (22). O mercado ainda digere o tom mais cauteloso da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que colocou água no chope de quem apostava em uma queda dos juros em breve. Por aqui, os investidores repercutem a fala de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, que afirmou que a meta de inflação de 3% é “inimaginável”.
Ontem (22), em audiência na Câmara, o ministro afirmou que surgiram ruídos “patrocinados” no último mês. “Não estou entendendo esse ruído todo que está acontecendo. Nós estamos gerando emprego com baixa inflação”, afirmou Haddad. “Tem interesse por trás disso, e nós ficamos fingindo que não existe”, completou. O ministro ainda afirmou que a meta de 3% para a inflação neste ano é “exigentíssima” e “inimaginável”.
As falas, claro, contribuíram para uma alta do dólar e dos juros futuros. Isso porque o mercado entendeu que esse discurso pode passar a ideia de que o governo pode tolerar uma inflação maior, o que traz mais incertezas para o futuro e, claro, afugenta investidores (especialmente os estrangeiros). O pregão de hoje, portanto, ainda pode sentir alguns reflexos disso.
Outros reflexos que ainda podem ser sentidos são os da ata da última reunião do Fed, que deixou claro que a queda e juros ainda está distante por lá. No documento, a autoridade monetária ressaltou que o objetivo de trazer a inflação de volta a 2% ao ano pode demorar mais do que o esperado. Isso, portanto, sugere que os juros não devem cair tão cedo. Afinal, para conter o avanço dos preços, a autoridade monetária precisa de juros maiores, o que "encarece" o dinheiro. Se os empréstimos e financiamentos ficam mais caros, as pessoas e empresas tendem a gastar menos e, consequentemente, os preços caem. Assim, a inflação volta a ficar mais baixa.
O tom cauteloso da ata do Fed foi, inclusive, uma das razões para a queda do Ibovespa e para a alta do dólar ontem (22).
Hoje, o mercado fica de olho em dados de atividade mundo afora. Logo pela manhã, foram divulgados os dados preliminares do índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro. O indicador reúne dados do setor industrial e também de serviços. No mês, ele subiu para 52,3, ante 51,7 em abril. Essa é a maior alta em um ano.
Por um lado, o indicador é visto de forma positiva. Afinal, significa que a atividade está em expansão. Por outro lado, porém, ele traz um sinal de alerta devido às pressões inflacionarias que podem vir dessa economia mais aquecida.
Às 10h45 de Brasília será divulgado o PMI composto preliminar de maio dos Estados Unidos e os investidores devem ficar atentos. Ainda nos EUA, o mercado também acompanha os números de pedidos de seguro-desemprego da semana encerrada em 18 de maio, que saem às 9h30. Por fim, os investidores também se atentam a falas de Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, que discursa em evento às 16h.
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