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Por , Valor — Rio


Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, e Anna Saicali, a ex-presidente da B2W, souberam com antecedência que sofreriam medidas cautelares no âmbito das investigações sobre a suposta fraude na varejista e, por isso, fugiram do país. É o que afirmou a Polícia Federal à primeira instância da Justiça Federal do Rio de Janeiro, ao pedir a prisão preventiva dos dois executivos.

Segundo a PF, por um erro processual no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), um ofício sigiloso em que constavam medidas cautelares ainda pendentes contra Gutierrez e Saicali foi juntado nos autos de um mandado de segurança movido pela defesa do ex-vice presidente das Americanas Marcio Cruz Meirelles.

Esse erro aconteceu no dia 6 de maio deste ano. A PF aponta que Meirelles trabalhou mais de 20 anos com Gutierrez e Saicali, sendo os três amigos. Portanto, diz a corporação, é muito provável que o ex-vice-presidente ou um de seus advogados “tenha informado a eles sobre a existência das cautelares”.

Preso

A Polícia Federal tentou prender Gutierrez e Saicali na quinta-feira (27), mas ambos estavam fora do Brasil. Nesta manhã, o ex-CEO das Americanas foi preso pela Interpol em Madri, na Espanha, para onde se mudou há um ano, em 29 de junho de 2023 — a passagem foi comprada um dia antes da viagem, segundo ressaltam os investigadores.

Gutierrez tinha um bilhete de volta, marcado para 8 de julho daquele ano, mas preferiu não retornar na época, remarcado o bilhete para 20 de junho deste ano. Segundo a PF, o executivo desistiu de voltar ao país após ter conhecimento das medidas cautelares contra ele.

Foragida

Saicali, por sua vez, é considerada foragida e está na lista vermelha do órgão policial internacional. A última informação sobre o paradeiro da executiva era de que ela tinha ido para Portugal, com passagem só de ida, no dia 16 deste mês. A PF, no entanto, acredita que Saicali já deixou o país europeu.

A passagem para Lisboa, capital portuguesa, foi comprada pela ex-presidente da B2W um dia antes, em 15 de junho, direto no balcão do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo — o que, na visão da PF, reforça o caráter de fuga.

O Valor procurou o TRF-2, mas até esta publicação não houve retorno. Já as defesas de Gutierrez e Saicali preferiram não se pronunciar sobre o caso. A reportagem não conseguiu contato com Meirelles.

Operação da PF de busca e apreensão em endereços de envolvidos em suposta fraude na Americanas — Foto: Divulgação/PF
Operação da PF de busca e apreensão em endereços de envolvidos em suposta fraude na Americanas — Foto: Divulgação/PF
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