COP
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Por Redação, do Um Só Planeta

Pelo menos 475 lobistas de captura e armazenamento de carbono (CCS) participam da COP28, que está sendo realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O cálculo foi feito pelo Centro de Direito Ambiental (Ciel, na sigla em inglês) a partir da lista provisória da Organização das Nações Unidas (ONU) e repassado ao jornal The Guardian.

Dentre eles estão representantes de empresas que fizeram parceria em projetos de captura e utilização ou armazenamento de carbono e de organizações que têm um histórico público de defesa deste tipo de tecnologia.

A CCS ou CCUS é uma metodologia não comprovada que, segundo os cientistas do clima, não reduzirá o aquecimento global, já que apenas poderá contribuir de forma bem limitada – eles concordam que a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis é o único caminho possível para frear a elevação da temperatura do planeta.

Seus apoiadores, no entanto, afirmam que esses sistemas permitem aos poluidores reter as emissões de dióxido de carbono e enterrá-las no subsolo ou no fundo do mar ou utilizar o CO2 na produção de combustíveis ou fertilizantes.

“A força com que a indústria dos combustíveis fósseis e os seus aliados vêm ao Dubai para vender a ideia de que podemos 'capturar' ou 'gerir' a sua poluição de carbono é um sinal de seu desespero. A CCS é a tábua de salvação da indústria dos combustíveis fósseis e é também a sua mais recente desculpa e táctica de adiamento”, enfatizou Lili Fuhr, diretora do programa de economia fóssil da Ciel. “Não devemos permitir que um exército de lobistas de captura de carbono abra uma lacuna gigantesca no pacote energético aqui na COP28.”

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Influência da indústria do petróleo e do gás na COP28

Presidida pelo Sultão Al-Jaber, CEO da petrolífera Adnoc, a COP28 tem uma participação sem precedentes da indústria do petróleo e do gás: 2.456 lobistas afiliados, de acordo com cálculo da coligação Kick Big Polluters Out (KBPO), número quase quatro vezes superior ao registado na COP27, que aconteceu em Sharm el-Sheikh, no Egito.

O Guardian destaca que o bloco de captura de carbono é um dos maiores, superando em 50% os representantes indígenas oficiais, bem como vários dos países mais afetados pelo clima, incluindo Somália (366), Níger (135), Guiné-Bissau (43), Tonga (79), Eritreia (7), Libéria (197) e Ilhas Salomão (56).

A CCS foi promovida na conferência em reuniões de alto nível e em dezenas de eventos paralelos. E, na terça-feira (5), vários países, incluindo Emirados Árabes Unidos, Austrália, Canadá, Egipto, UE, EUA, Japão e Dinamarca, lançaram o “desafio de gestão de carbono”, apoiando tanto essa tecnologia quanto a de remoção de dióxido de carbono (CDR).

A reportagem do jornal britânico complementa que, embora elas possam ajudar a resolver as emissões em setores difíceis de descarbonizar, como os de cimento e aço, a captura de 1,2 gigatoneladas de CO2, que é a meta inicialmente proposta pelo desafio, representa apenas 3% das emissões globais de 2022.

“Os combustíveis fósseis e os interesses políticos estreitos estão optando por ofuscar e diluir o texto que está sendo negociado para o acordo final da COP28, apesar da clareza que a ciência traz à necessidade de uma eliminação progressiva”, observou Rachel Cleetus, diretora de política climática e energética da Union of Concerned Scientists.

E ela acrescentou: “A realidade é que a CCS/CCUS não pode contribuir significativamente para a redução das emissões nesta década crítica... A tarefa central e inevitável continua a ser a realização de cortes profundos e diretos na utilização de combustíveis fósseis. Não há saídas de emergência”.

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