Folha de S. Paulo


Se eu fosse presidente, viria, diz reitor de Aparecida sobre aus�ncia de Temer

N�o � tradi��o que pol�ticos frequentem o Santu�rio Nacional de Aparecida no 12 de outubro, quando a santa � celebrada.

N�o foi diferente nesta sexta (12), data de celebra��o do jubileu de 300 anos da padroeira do Brasil. A organiza��o convidou autoridades, incluindo o presidente Michel Temer (PMDB) –que gravou um v�deo lembrando a data e enviou o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB), para represent�-lo.

No entanto, no contexto da festividade cat�lica, a aus�ncia do presidente foi notada. "Se eu fosse presidente do Brasil, eu viria, n�o �?", disse o reitor do Santu�rio Nacional, padre Jo�o Batista, a jornalistas, ap�s a missa campal.

"Eu acho que � uma quest�o at� de assessoria. Vai ver os assessores n�o atentaram pra isso. Olha, � a padroeira do Brasil. � algo importante. Mas a gente respeita", afirmou o sacerdote.

Batista citou como exce��o o governador Geraldo Alckmin (PSDB), declaradamente cat�lico, que disse frequentar Aparecida desde quando era prefeito da vizinha Pindamonhangaba.

"N�s convidamos, claro, mas n�o � tradi��o", comentou o padre, que disse n�o ter recebido justificativa formal

Alckmin levou seus secret�rios, Rodrigo Garcia (habita��o) e Samuel Moreira (Casa Civil). Sentou-se na primeira fila durante a missa solene, realizada na �rea externa do santu�rio. Al�m dos ministros Imbassahy, da Secretaria de Governo, e Gilberto Kassab (PSD), de Ci�ncia, Tecnologia e Comunica��es.

As autoridades foram vaiadas brevemente pelos fi�is, quando foram anunciadas no in�cio da cerim�nia. "N�o ouvi vaia nenhuma", respondeu Alckmin, quando questionado sobre a manifesta��o do p�blico.

Na sequ�ncia, "sobre corrup��o", citou uma frase que atribuiu ao poeta parnasiano Olavo Bilac.

"H� no interior de cada homem e de cada mulher um dem�nio que ruge e um dem�nio que chora", disse o governador. "O ser humano � imperfeito em qualquer pa�s. O que n�o pode � ter impunidade."

Alckmin comentou o resultado do julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal), que na quarta (11) votou que cabe ao Congresso decidir pelo afastamento de um parlamentar sob investiga��o.

A decis�o afeta diretamente seu colega de partido, o senador mineiro A�cio Neves, que foi afastado pela Primeira Turma do tribunal.

"Os poderes s�o independentes. A decis�o do Supremo foi correta no sentido de evitar uma crise constitucional", afirmou o governador.

Procurada, a assessoria do Planalto disse que o presidente gravou um v�deo "para todos os brasileiros" com uma mensagem homenageando a padroeira do Brasil, sem citar especificamente as declara��es do padre.

Ainda de acordo com a assessoria do governo, os ministros Antonio Imbassahy e Gilberto Kassab foram os representantes de Temer na cerim�nia.

O presidente passou o dia no Pal�cio do Jaburu e recebeu apenas o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral).

PROMESSAS

Devoto de Aparecida, Alckmin disse n�o ter feito nenhuma promessa relacionada a 2018 para a santa. "N�o misturo pol�tica e religi�o. Pedi pelo meu filho que faleceu, pelos meus outros filhos, pelos que est�o doentes, mas nada de pol�tica."

"Ali�s, se amanh� eu n�o for candidato a nada e n�o tiver nenhum cargo, continuarei vindo aqui � Bas�lica, como sempre fa�o. Voc� n�o deve fazer aquilo que n�o faz com naturalidade, por pol�tica. Deve fazer com convic��o e por f�", comentou.

Sobre o futuro, o governador apareceu na �ltima pesquisa Datafolha, divulgada na �ltima semana, com 10% das inten��es de voto para a Presid�ncia, mesmo patamar do afilhado pol�tico Jo�o Doria.

O prefeito de S�o Paulo tem se movimentado para entrar na disputa em 2018 e defende que o partido leve em conta os resultados das pesquisas eleitorais na hora de escolher seu candidato.

Alckmin revisitou o discurso que "sempre defende" quando questionado sobre o pleito: pr�vias, no caso de o partido ter mais de um interessado em ser candidato. Disse, ainda, que o resultado do Datafolha "retrata o momento, o n�vel de inten��o e de conhecimento de hoje". E que as discuss�es s� v�o come�ar a disputar a aten��o do eleitor no ano que vem.

PAPA FRANCISCO

Al�m de autoridades pol�ticas, faltou o papa Francisco na celebra��o. Em 2013, quando esteve em Aparecida, ele prometeu que viria para os 300 anos da padroeira.

"Mas a vida de um papa n�o � f�cil", justificou Francisco em um v�deo que gravou com uma mensagem aos fi�is, exibido durante a missa desta manh�, celebrada por seu representante, o arcebispo dom Giovanni Battista Re. Al�m do v�deo, o papa enviou uma rosa de ouro de presente para a bas�lica.

Batista disse que a promessa do papa era parte do "calor do entusiasmo brasileiro", em sua primeira visita oficial ao pa�s. "� aquilo que a gente sempre fala quando vai � casa de algu�m e tem inten��o de voltar", justificou.

Segundo o reitor de Aparecida, os dirigentes do santu�rio foram a Roma no ano passado, levar uma imagem de Nossa Senhora Aparecida para o Vaticano. Naquela ocasi�o, o papa j� sinalizou que n�o poderia vir e, meses depois, confirmou a aus�ncia.

"A raz�o � pastoral da Igreja. Ele disse que este ano seria de visitas de bispos no Vaticano, ele tem que receber um por um. E uma viagem internacional custaria pelo menos uma semana dele", afirmou Batista.

V�deo papa

Colaborou RANIER BRAGON, de Bras�lia


Endere�o da p�gina:

Links no texto: