InfinitePay passa a adotar IA e Open Finance para personalizar taxas de maquininhas

Tecnologia será utilizada para analisar o perfil dos clientes e categorizá-los em três faixas de faturamento mensal


Maquininha da InfinitePay Divulgação
audima

A InfinitePay, plataforma de serviços financeiros do unicórnio CloudWalk, adotou uma nova medida de definição das taxas cobradas em transações por cartões de crédito e débito. A partir do uso de inteligência artificial e do Open Finance, a fintech vai avaliar faixa de faturamento, sazonalidade de vendas, diferenciação por segmentos e região geográfica do cliente para categorizá-lo em três faixas de cobrança. Com a novidade, antecipada para PEGN, o unicórnio prevê possibilitar a economia de R$ 300 milhões em um ano para os clientes.

“O volume transacional é um dos grandes fatores na negociação das taxas. Percebemos que a nossa oferta de ter uma taxa única é legal por ser um preço justo para o pequeno, mas quando ele dá certo, cresce e passa a faturar mais, poderia conseguir preços melhores com outras empresas. Queremos dividir o ganho de escala com o cliente em vez de ele ir usar outra maquininha”, afirma Fabrício Costa, diretor de serviços financeiros da CloudWalk.

No primeiro momento, a taxa padrão vai se manter para os clientes que transacionarem até R$ 20 mil mensalmente. A partir desse valor, será definida a partir de três faixas: até R$ 40 mil, até R$ 80 mil e acima de R$ 80 mil, com as taxas diminuindo com o aumento do faturamento mensal.

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“Sabemos que existem outros aspectos que indicam se um negócio é nano, micro ou pequeno, que um salão de beleza pequeno fatura diferente de um restaurante por quilo. Hoje temos essas faixas, mas eventualmente podemos criar outras”, indica.

Diferentemente de outras empresas de máquinas de pagamento, que também fazem a captação de novos clientes presencialmente, a InfinitePay faz todo o processo de forma digital. “Tiramos toda a necessidade de interação física e usamos modelos de IA que desenvolvemos para a análise de crédito somados às informações de Open Finance que o cliente compartilha. Não tem contrato e não precisa assumir nenhum compromisso [de vendas]”, aponta. Se um estabelecimento superar ou ficar abaixo do teto de faturamento da faixa à qual pertence, as alterações das taxas são feitas no mês seguinte.

Costa, da CloudWalk, acredita que as estratégias colaboram para que a empresa seja mais competitiva frente aos concorrentes. “Nós temos uma vantagem em relação às empresas de pagamento mais tradicionais por termos um perfil de experimentação e ousadia. Vai dar o melhor preço pro cliente quem tiver o menor custo. Somos uma empresa de tecnologia, o que nos permite trabalhar em nível de operação incomparável”, afirma.

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Boanerges Ramos Freire, presidente da consultoria de serviços financeiros Boanerges & Cia, ressalta que o mercado tem se movimentado para oferecer outros serviços para os clientes com o cenário de margens já apertadas para as taxas de administração. Um exemplo é a antecipação de recebíveis. “A guerra de preços já está quase no limite. Há mais espaço para fidelizar o estabelecimento comercial com criação e inovação de uma oferta ampla de serviços. A disputa por preço é passageira e fácil de copiar”, declara.

Boanerges avalia que o unicórnio tem um posicionamento favorável no mercado. “Nesse segmento, eles são desafiantes, têm uma fatia pequena do mercado e mais flexibilidade de ser ousado, de provocar, afetando menos do próprio resultado em termos absolutos do que uma Rede, Cielo ou PagBank, que também é ativo na cauda longa, na base da pirâmide”, diz.

A CloudWalk não divulgou o market share, mas afirma que a plataforma InfinitePay alcançou a marca de 2 milhões de clientes ativos – a fintech encerrou 2023 com 1,1 milhão de usuários. A nova solução foi testada nos últimos meses com clientes que já integravam a base e com propensão ao churn, mapeados com uso de IA. O número de usuários que participou dos testes não foi divulgado, nem quantos estão elegíveis para as novas faixas de cobrança de taxas.

Há um mês, a CloudWalk anunciou que levantou quatro novos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que totalizam R$ 1,6 bilhão, para financiar as operações de antecipação de recebíveis de cartão de crédito. A fintech atingiu o breakeven no primeiro trimestre de 2023. Neste mês, o unicórnio se aproxima de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões, na cotação atual) em Receita Recorrente Anual (ARR).

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