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89% das mulheres não se sentem representadas por homens na política (Foto: Ponomariova_Maria/ Getty Images)

89% das mulheres não se sentem representadas por homens na política (Foto: Ponomariova_Maria/ Getty Images)

Segundo levantamento da Folha de São Paulo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cresceu o número de mulheres filiadas em 28 das 32 legendas. Mesmo assim, elas não tem espaço para concorrer de forma competitiva e possuem baixa representatividade em candidaturas.

No total, as mulheres representam 45,8% dos filiados a partidos políticos do país em 2022. O número aponta um crescimento de 1,4% em relação a 2018. Ainda de acordo com a pesquisa, a proporção de mulheres filiadas está acima de 40% em 30 legendas.

Apenas três partidos possuem mais mulheres do que homens filiados: o Republicanos, o PMB (Partido da Mulher Brasileira) e a UP (Unidade Popular). Vale lembrar que os dois últimos citados não possuem representação no Congresso Nacional.

Além disso, as mulheres seguem como minoria entre os candidatos e também entre os eleitos para governos, Senado, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas. Os dados do TSE ainda apontam o partido Novo como a sigla com menor percentual de mulheres filiadas: apenas 21% do total.

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Já 28 dos 30 partidos que participaram da eleição de 2018 e seguem em 2022 registraram um crescimento total no número de mulheres filiadas desde a últime eleição, entre eles o Patriota, Podemos, PT, Republicanos e PSOL.

Mulheres não se sentem representadas por homens na política

Segundo pesquisa divulgada em novembro de 2021, feita pelo Instituto Justiça de Saia em parceria com a organização Justiceiras, as mulheres brasileiras gostam e estão dispostas a participar de forma mais ativa na política, seja em suas comunidades ou a nível nacional. Entretanto, a violência, falta de apoio partidário e de informações foram apontadas como empecilhos a este movimento.

A pesquisa foi divulgada no Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher e tem como objetivo subsidiar uma mudança na sub-representação feminina em espaços políticos.

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O estudo mostra que 89% das mulheres não se sentem representadas por homens na política e, para 95,4%, a participação feminina na tomada de decisões públicas não é suficiente; 96,7% afirma que um maior número poderia ter impacto positivo na criação de políticas públicas em prol das mulheres. Segundo a União Interparlamentar UIP, o Brasil é o 142º país (de 192) no ranking de participação feminina na política nacional.

Contra possíveis ideias sexistas, 53,1% das entrevistadas afirmam que as mulheres se ajudam e se entendem e 93,3% diz que a política é lugar, sim, de mulher. Ao total, foram colhidos 1194 depoimentos entre os dias 8 de outubro e 22 de novembro e a maior parte das entrevistadas têm ensino superior completo (73,7%), com filhos (60,5%) e uma média de 42,3 anos.