• Redação Marie Claire
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Segundo a ONU, a bala que matou Shireen Abu Akleh, na Cisjordânia em maio, foi disparada por forças de segurança de Israel (Foto: Reprodução Instagram)

Segundo a ONU, a bala que matou Shireen Abu Akleh, na Cisjordânia em maio, foi disparada por forças de segurança de Israel (Foto: Reprodução Instagram)

A Organização das Nações Unidas confirmou nesta sexta-feira (24), após uma investigação independente, que o tiro que matou a jornalista da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, em uma operação na Cisjordânia em maio, foi feito por forças de Israel, informa a AFP.

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"Todas as informações que obtivemos, incluindo as do Exército israelense e da Procuradoria-Geral palestina, corroboram que os tiros que mataram Shireen vieram das forças de segurança israelenses, e não de tiroteios indiscriminados de palestinos armados", declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado para Direitos Humanos.

As autoridades de Israel não conduziram nenhum tipo de investigação sobre o episódio, o que, de acordo com a porta-voz, é "profundamente perturbador." "Não encontramos nenhuma informação sugerindo que houve atividade de palestinos armados nas imediações dos jornalistas."

A jornalista palestino-americana acompanhava uma operação na cidade de Jenin quando foi baleada. Ela usava um colete da imprensa que a identificava como membro da imprensa. A operação acontecia em meio ao escalonamento da tensão entre palestinos e israelenses.

Semanas após a morte, o Exército de Israel, que declarou que faria uma investigação, afirmou que se um soldado do país tivesse feito o disparo, isso não o implicaria necessariamente em um conduta criminosa.

"Como Abu Akleh foi assassinada em meio a uma zona de combate, não deve haver suspeita imediata de atividade criminosa na ausência de mais provas", afirmou uma nota com comentários da advogada militar Yifat Tomer-Yerushalmi.

Mortes de palestinos na Cisjordânia

Israel também tem apresentado resistência às declarações da ONU que questionam a forma como são mantidas as relações com a Autoridade Nacional Palestina. No início de junho, um relatório do Conselho de Direitos Humanos atribuiu à ocupação de territórios palestinos, por parte de Israel, a responsabilidade por atos de violência que voltaram a se intensificar nos últimos tempos.

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A porta-voz do Alto Comissariado de Direitos Humanos declarou também que a equipe registrou 58 mortes de palestinos na Cisjordânia - dentre as quais, 13 crianças - por forças de segurança de Israel, desde o início deste ano. Ravina Shamdasani reforçou que Tel Aviv iniciasse investigações criminais. 

"O direito internacional exige uma investigação imediata, completa, transparente, independente e imparcial de todo uso de força que resulte em morte ou ferimentos graves", declarou. "Os autores devem ser responsabilizados."