• Priscila Garcia em depoimento a Kizzy Bortollo
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Priscila e seu ex-padrasto, com quem é casada (Foto: Acervo pessoal)

Priscila e seu ex-padrasto, com quem é casada (Foto: Acervo pessoal)

“Minha mãe, Ana, se casou seis vezes e teve sete filhos. Os dois primeiros do primeiro casamento, depois eu cheguei. Sou fruto de sua segunda união. Sua preferência sempre foi por caras mais jovens que ela. Quando reencontrou Jeferson, que ela viu nascer já que era filho de sua amiga, ele tinha 18 anos e ela, 44 -- diferença de idade entre eles é de 27 anos. Era cozinheiro e ela, dona de casa. A paixão foi fulminante e os dois logo se casaram.

No início, quando eles resolveram morar juntos, todos se espantaram, inclusive eu. Nessa época, já não morava mais com minha mãe, já estava casada. Minha mãe também não aparentava ter ciúmes em relação a mim. Como nos conhecíamos desde muito pequenos, a relação fluiu depressa e rapidamente nos tornamos amigos. Mas era só. Nunca rolou nada entre nós.

Durante todo o casamento deles, que durou três anos, eu também estava casada. Dois anos depois de eles se separarem, no entanto, minha vida começou a desandar. Na verdade, não aconteceu nada grave entre mim e meu marido. O que nos afastou foi mesmo a maldita rotina, que acabou destruindo nosso sentimento. Ficamos juntos por quase dez anos, normal também o dia a dia gerar um desgaste.

Em maio de 2018, quando já estava separada do meu ex e com uma bebê de apenas quatro meses, Jeferson se reaproximou de mim. Estávamos conversando, quando, de repente, ele me beijou. Fiquei surpresa, mas gostei. E retribuí.

Dali em diante, a gente se aproximou cada vez mais. Ele sempre tomando a iniciativa e eu cada vez mais envolvida.

Depois de cerca de três meses, resolvemos assumir de vez a nossa relação. Obviamente, muitas pessoas nos julgaram, inclusive membros da nossa família. Não falavam diretamente conosco, até porque não damos confiança e nunca aceitamos desaforo dos outros. Mas volta e meia escutávamos (e ainda escutamos!) piadinhas maldosas, principalmente dos vizinhos -- moramos perto da casa da minha mãe, onde Jeferson já morou com ela antes. Mas não nos importamos. A maioria fala que a gente já tinha um caso quando ele ainda vivia com a mamãe. Vão falar sempre, isso é fato. Parte da minha família até que nos apoiou, pois que já o conheciam através da minha mãe e já gostavam dele. Outros fingem que não sabem de nada, nem tocam no assunto.

Minha mãe, que era quem tinha algum direito de ficar incomodada, não deu muita importância. Ela já estava em outra fazia tempo, é rápida no gatilho. Talvez, sei lá, ela tenha pensado que nossa relação era fogo de palha, que não ia muito adiante. Me lembro que ela apenas me disse que eu ia me arrepender de ficar com ele, porque Jeferson não era o anjo que eu pensava que fosse. Mas nem dei bola. Já estava muito apaixonada e envolvida.

Jeferson e eu estamos juntos a pouco mais de um ano, e nos damos muito bem. Somos bem amigos e, acima de tudo, muito parceiros e cúmplices. Ainda não temos um filho nosso. Sinto que ele quer muito ser pai, mas não quero ter mais filhos por enquanto. Já tenho uma menina linda que preenche todo meu tempo e o meu coração.

Sinto como se sempre eu já gostasse dele, mesmo sem saber desse sentimento. Ele diz a mesma coisa. Acredito que somos almas gêmeas mesmo. Hoje, temos uma ótima relação em família. Minha mãe trata Jeferson como genro, minha filha está sempre conosco e a vida corre em perfeita harmonia. Enfrentar tamanho preconceito não foi fácil. Para dizer a verdade, até hoje não é. Mas nosso amor é tão grande e puro, que toda dificuldade nos aproxima ainda mais. Quem sabe o destino não colocou ele na vida da mãe para trazê-lo para perto de mim? Fato é que somos muito, muito feliz. E, apesar de toda dificuldade, sou a prova viva de que vale a pena enfrentar tudo e todos em nome de um grande amor.”

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