Sociedade

Por Larissa Beani, com edição de Luiza Monteiro

Apresentado pela bióloga Ana Bonassa, de 34 anos, e pela farmacêutica bioquímica Laura Marise, de 35, o Nunca Vi 1 Cientista é um dos maiores projetos de divulgação científica do país. Somando 188 mil inscritos no YouTube e mais de 150 mil seguidores no Instagram, além de 42 mil no TikTok, a iniciativa surgiu em 2018.

O projeto nasceu com a ideia de apresentar ao público o que fazem os cientistas brasileiros e desmentir que as universidades são locais de “baderna”, como caluniam grupos conservadores e anticiência.

Hoje, o Nunca Vi 1 Cientista leva ciência para as redes sociais de uma forma leve, popular e divertida. "Começamos como um trabalho experimental e hoje somos uma empresa que produz conteúdo diariamente para evitar que as pessoas caiam em fake news e exponham sua saúde a riscos, como aconteceu muito durante a pandemia”, conta Bonassa.

Para além do trabalho nas redes sociais, as cientistas também chegaram às estantes de livrarias com Super-Heróis da Ciência: 52 cientistas e suas pesquisas transformadoras, que esteve entre os mais vendidos da Amazon em 2021, ano em que foi lançado pelo selo HarperKids.

“Somos uma empresa que produz conteúdo diariamente para evitar que as pessoas caiam em fake news e exponham sua saúde a riscos”, diz Ana Bonassa

“Foi um projeto muito gratificante, porque, além de escrevermos [junto com o também farmacêutico Renan Vinicius de Araújo] sobre personalidades brasileiras que mudaram os rumos da ciência, até hoje recebemos mensagens de professores que usam o livro em sala de aula”, comemora Laura.

A seguir, saiba mais sobre a dupla por trás do Nunca Vi 1 Cientista.

Onde seguir

Destaques do canal

Com mais de 9,2 milhões de visualizações, o canal tem vídeos que viralizaram nas redes em quase cinco anos de projeto. Os maiores sucessos vão desde uma divertida colaboração com Maíra Medeiros, do canal Nunca Te Pedi Nada, sobre mulheres na ciência ao longo da história, até vídeos sobre práticas controversas da medicina alternativa, como a homeopatia, e uma lista completa de curiosidades científicas para quem ama cozinhar.

Além disso, as cientistas também já compartilharam no canal suas próprias pesquisas. Para Ana Bonassa, o vídeo em que explicou os resultados de sua tese de doutorado sobre jejum intermitente foi um dos mais trabalhosos e recompensadores.

"Quanto mais a gente sabe sobre um assunto, mais difícil fica selecionar o que permanece no roteiro e o que pode ser cortado, porque tudo parece muito importante", confessa a bióloga, que é doutora em fisiologia humana pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP). "Mas não podemos falar na internet da mesma forma como nos dirigimos a uma banca na defesa de tese. É preciso que você traduza para a linguagem do YouTube as peças-chave do estudo."

Para Marise, é importante que os comunicadores de ciência se coloquem no lugar do público. "Quem se dispõe a falar sobre ciência na internet precisa ter muita empatia e adotar um tom sóbrio, ainda que leve e divertido em alguns momentos, na hora de tirar dúvidas de quem está te acompanhando", afirma a farmacêutica bioquímica, também doutora em biociências e biotecnologia aplicadas a farmácia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

Ela sugere que adotar uma linguagem simples é essencial para manter a conexão com leitores, espectadores ou ouvintes. "Nunca julgue a capacidade das pessoas entenderem o que você tem a dizer. Use uma linguagem simples. O português rebuscado só vai fazer com que o público se afaste de você. Há formas melhores de mostrar que você tem autoridade no assunto", conclui.

#LugarDeMulherÉNaCiência — Foto: Ilustração: Camila Rosa
#LugarDeMulherÉNaCiência — Foto: Ilustração: Camila Rosa
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