Um estudo feito por Yair Galily e Tal Samuel-Azran, professores da Escola de Comunicações da Universidade Reichman, em Tel Aviv, Israel, traz novos dados sobre a relação entre o consumo de podcasts e o acesso desigual ao conhecimento.
Atualmente, o hábito de ouvir podcasts está mais associado às classes mais altas, o que pode ampliar as lacunas de conhecimento já existentes por conta da desigualdade social. A pesquisa, então, analisou como é composta a audiência de certos programas e quais são suas principais motivações para ouvir podcasts. Os resultados foram publicados no periódico Insight, em 24 de novembro de 2022.
Os pesquisadores escolheram analisar os três podcasts esportivos mais populares de Israel, por atraírem um público mais amplo. Foram analisados os padrões de consumo, as gratificações e a demografia dos ouvintes para entender o que os motivavam a ouvir o podcast.
Como resultado, os pesquisadores conseguiram traçar um perfil da maioria dos ouvintes. No caso do conteúdo esportivo, a maior parte dos ouvintes é composta por homens millennials, não religiosos e com renda acima da média. Ao traçar esse perfil, os pesquisadores começaram a entender melhor a diferença econômica do público e o que buscavam sobre esportes.
Um dos resultados revela que homens com mais conhecimento sobre o assunto e mais renda são mais propensos a acompanhar os programas para adquirir informações. Entretanto, outros perfis de ouvinte consomem podcasts mais para como uma forma de entretenimento e escapismo do que como uma fonte de informação.
“As conclusões do nosso estudo reforçam a noção de que a plataforma de podcast atrai principalmente aqueles que já são ricos em informações, aumentando, assim, o conhecimento e as divisões digitais”, comenta, em nota, Galily. O estudo também sugere que o mesmo perfil de ouvinte possam ser encontrado em programas sobre outros assuntos.