Uma nova pesquisa publicada no dia 26 de dezembro no JAMA Network Open associa ter um animal de estimação com a desaceleração do declínio da capacidade cognitiva entre adultos mais velhos que vivem sozinhos.
O declínio cognitivo representa a incapacidade de fazer atividades do dia a dia, como lembrar datas, fazer cálculos ou planos e realizar tarefas. Segundo o Hospital Sírio-Libanês, a síndrome geralmente afeta pessoas com mais de 45 anos, mas pode surgir antes dessa idade, como em casos de depressão, ansiedade, transtorno do sono, síndromes metabólicas ou endócrinas
No estudo, Yanzhi Li, PhD da Universidade Sun Yat-sen em Guangzhou, na China, e seus colegas analisaram dados de 7,9 mil pessoas coletados pelo Estudo Inglês Longitudinal de Envelhecimento entre os períodos de junho de 2010 e julho de 2011 e junho de 2018 e julho de 2019. Os participantes tinham 50 anos ou mais, sendo a maioria mulheres (56%), resultando numa média de 66,3 anos.
O processo de análise dos pesquisadores começou em 1º de abril e terminou em 30 de junho deste ano. Eles descobriram que ter um pet está associado à desaceleração das taxas de declínio em aspectos como cognição verbal, memória verbal e fluência verbal. A relação entre esses elementos foi ainda maior em pessoas que vivem sozinhas. As associações, no entanto, não persistiram entre os que vivem acompanhados de outros humanos.
"Essas descobertas sugerem que ter um pet pode estar associado com um declínio cognitivo mais lento entre adultos mais velhos morando sozinhos", disseram os autores em comunicado. "Nossas descobertas provêm insights inovadores para o desenvolvimento de políticas de saúde pública para desacelerar o declínio cognitivo em adultos mais velhos que vivem sozinhos."
A equipe de Yanzhi Li não é a única que busca soluções para o problema: pesquisas publicadas em 2022 afirmam que o declínio cognitivo pode ser atrasado com exercícios de alongamento e equilíbrio, assim como tomar uma multivitamina diariamente.
Segundo estudo de Rudy Tanzi, professor de neurologia da Harvard Medical School em Boston, nos Estados Unidos, entre 120 a 150 minutos por semana de exercícios durante um ano pode retardar o declínio cognitivo em idosos sedentários e com comprometimento cognitivo leve.