Drogas contra aumento de próstata podem evitar demência, sugere pesquisa

Estudo com mais de 643 mil homens no início do tratamento contra próstata aumentada aponta menor risco de Demência por corpos de Lewy (DCL) e outras doenças

Por Redação Galileu


Remédios para tratar aumento de próstata podem proteger contra demência, indica pesquisa Pexels

Remédios usados para tratar aumento de próstata podem atingir uma falha biológica relacionada a demência com corpos de Lewy (DCL) e outras doenças neurodegenerativas. A descoberta foi publicada nesta quarta-feira (19) no periódico Neurology.

A pesquisa tem relação com um trabalho anterior, que relaciona os medicamentos redutores do tamanho da próstata a um efeito protetor contra Parkinson. "Uma das coisas mais empolgantes desse estudo é que encontramos o mesmo efeito neuroprotetor que vimos no Parkinson", diz Jacob Simmering, professor assistente de medicina interna da Universidade de Iowa, nos EUA, em comunicado.

"Se houver um mecanismo de proteção mais amplo, esses medicamentos poderão ser usados para controlar ou prevenir outras doenças neurodegenerativas", acrescenta Simmering.

Os pesquisadores usaram um banco de dados de informações de pacientes para identificar mais de 643 mil homens sem histórico de DCL que estavam iniciando o tratamento do aumento da próstata (hiperplasia prostática benigna) com um dos seis medicamentos usados para esse fim.

Os pacientes foram acompanhados por cerca de três anos, desde o início da medicação até a saída deles do banco de dados ou o desenvolvimento de DCL.

Entre os seis medicamentos usados pelos homens participantes da pesquisa, três (terazosina, doxazosina e alfuzosina) têm como efeito colateral o aumento da produção de energia das células cerebrais, o que pode ajudar a retardar ou prevenir doenças neurodegenerativas.

Os demais medicamentos (tansulosina ,finasterida e adutasterida) não tiveram o mesmo efeito sobre o cérebro. "No geral, os homens que tomavam medicamentos do tipo terazosina tinham um risco 40% menor de desenvolver um diagnóstico de DCL em comparação com os homens que tomavam tansulosina", afirmou Simmering.

Apesar dos resultados promissores, o estudo é observacional e não mostra uma relação causal entre o uso dos medicamentos e um risco reduzido de desenvolver demência.

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