Pesquisadores dos Estados Unidos, Suécia, Itália e Inglaterra desenvolveram um exame de sangue que detecta a doença de Alzheimer. Revelada em estudo publicado no periódico Brain, a descoberta pode revolucionar o diagnóstico da doença, principalmente em seus estágios iniciais.
O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo onde as conexões das células cerebrais, bem como as próprias, se degeneram e morrem, causando a deterioração cognitiva e das memórias. Atualmente, a doença é diagnosticada por meio de ressonâncias ou pela retirada de uma amostra do fluído cerebrospinal, opções que não são acessíveis para todos.
"Um exame de sangue é mais barato, seguro e fácil de administrar, e pode aumentar a confiança clínica no diagnóstico de Alzheimer e na seleção de participantes para testes clínicos e de monitoramento da doença", disse Thomas Karikari, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. O professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, completou: "Muitos pacientes, mesmo nos Estados Unidos, não têm acesso a ressonâncias ou tomografias. Acessibilidade é uma questão primordial".
Testes
Os cientistas testaram o exame de sangue em 600 pacientes em diferentes estágios de Alzheimer. Eles descobriram que os níveis de proteína se relacionaram bem com os níveis da proteína tau no líquido cerebrospinal, permitindo a distinção do Alzheimer de outras doenças neurodegenerativas. Os níveis de proteína também corresponderam com a das placas amiloides e ondas de tau no tecido cerebral de pessoas que morreram do transtorno.
O próximo passo da pesquisa é validar o teste em uma gama maior de pacientes, incluindo pessoas com diferentes tipos de contextos raciais e étnicos, bem como aqueles em diversos estágios de perda de memória e outros sintomas de demência.
Para Karikari, a expectativa é que o monitoramento dos níveis de tau no cérebro também possa melhorar o desenvolvimento de testes clínicos para tratamentos da doença de Alzheimer.