Espaço

Por Redação Galileu

O módulo lunar Peregrine, da empresa americana Astrobotic, que marca a primeira missão privada à Lua, teve um vazamento de combustível na semana passada. Infelizmente, a sonda não pousará na superfície lunar devido ao problema e, no momento, faz a jornada de volta para a Terra.

Peregrine, que decolou em 8 de janeiro no foguete Vulcan da United Launch Alliance (ULA), do Cabo Canaveral, no estado americano da Flórida, queimará na atmosfera terrestre durante sua jornada de retorno.

A volta ao nosso planeta foi anunciada pela Astrobotic no Twitter no sábado (13): "Nossos esforços de análise têm sido desafiadores devido ao vazamento de propelente, o que tem adicionado incerteza às previsões da trajetória da nave", escreveu a empresa. "Nossa última avaliação agora mostra que a espaçonave está em rota em direção à Terra, onde provavelmente se queimará na atmosfera terrestre".

Em comunicado emitido no domingo (14), quando a missão estava a mais de 376 mil km da Terra, a Astrobotic disse não acreditar que a reentrada de Peregrine represente riscos de segurança e que a espaçonave queimará na atmosfera.

"Estamos validando isso por meio de análises em colaboração com o governo dos Estados Unidos. Continuaremos a operar a espaçonave e fornecer atualizações de status até o final da missão", declarou a companhia.

Módulo Peregrine da Astrobotic foi lançado no foguete Vulcan da United Launch Alliance (ULA) no dia 8 de janeiro de 2024 — Foto: @TrevorMahlmann/Twitter/Reprodução
Módulo Peregrine da Astrobotic foi lançado no foguete Vulcan da United Launch Alliance (ULA) no dia 8 de janeiro de 2024 — Foto: @TrevorMahlmann/Twitter/Reprodução

Por que a missão chegou ao fim?

No sábado (13), profissionais envolvidos fizeram pela primeira vez testes de ignição de um dos motores principais da Peregrine. Eles conseguiram uma queima de 200 milissegundos e adquiriram dados indicando que a missão poderia ter capacidade propulsiva com o motor principal, apesar do vazamento.

"No entanto, devido à anomalia, a proporção de combustível para oxidante está bem fora da faixa de operação normal dos motores principais, tornando impossíveis queimas controladas longas", explicou a Astrobotic.

Embora a equipe responsável considere ser possível que a espaçonave continue operando por mais algumas semanas e que até possa elevar a órbita para evitar a Terra, o time optou por encerrar a jornada "de maneira responsável e segura", escolhendo a queima durante a reentrada.

"Devemos equilibrar nosso desejo de prolongar a vida do Peregrine, operar cargas úteis e aprender mais sobre a nave, com o risco de que nossa espaçonave danificada possa causar um problema no espaço cislunar."

Segundo a agência France-Presse (AFP), a próxima tentativa de pouso lunar privado será realizada pela empresa Intuitive Machines, com sede em Houston, nos Estados Unidos, em fevereiro. Já a Astrobotic terá sua outra chance em novembro com seu módulo de pouso Griffin transportando o rover VIPER da Nasa para o polo sul lunar.

A primeira missão privada

O nome da missão é Peregrine (peregrino, em tradução livre), uma homenagem ao falcão-peregrino, o animal mais rápido do mundo, e faz parte da iniciativa Serviços Comerciais Lunares de Cargas Pagas (CLPS, em inglês) do programa Artemis.

O CLPS é um novo esquema no qual a agência espacial paga empresas privadas para levar equipamentos científicos à Lua. A Peregrine é a primeira missão da iniciativa, carregando cinco cargas pagas da Nasa, além de 15 outras. Uma delas é um rover pequeno da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, que poderia ter se tornado o primeiro robô americano a dar uma volta no satélite.

A sonda Peregrine, desenvolvida e construída pela empresa Astrobotic — Foto: NASA/Isaac Watson
A sonda Peregrine, desenvolvida e construída pela empresa Astrobotic — Foto: NASA/Isaac Watson

A sonda leva ainda cargas que não são científicas, como uma cópia da Wikipédia, uma moeda física carregada com um bitcoin e caixas com lembranças que vão de livros a fotografias. As cinzas e o DNA de Gene Roddenberry também estão a bordo.

O evento, organizado pelas empresas Astrobotic e United Launch Alliance (ULA), marcou o primeiro lançamento comercial em direção à superfície da Lua. A sonda Peregrine, desenvolvida pela empresa Astrobotic, saiu do Complexo 41 da Estação de Força Espacial do Cabo Canaveral e foi para o espaço dentro do foguete Vulcan, da United Launch Alliance.

A missão já era considerada arriscada mesmo antes do lançamento, já que nenhuma empresa privada conseguiu pousar na Lua ou em qualquer outro corpo celestial antes. O foguete Vulcan da United Launch Alliance, por exemplo, nunca tinha voado antes — a equipe contou com o histórico de 100% de sucesso da empresa com foguetes para o lançamento.

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