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Por Redação Galileu

A startup japonesa Interstellar Technologies está testando um protótipo de motor de foguete que é alimentado por um combustível inusitado: estrume de vaca. Os testes começaram hoje (7), segundo anunciou a agência de notícias France-Presse (AFP).

A empresa disse em comunicado que conduziu um teste para seu veículo de lançamento de pequenos satélites, o foguete ZERO, alimentado por Metano Líquido de Biomassa (LBM). O experimento ocorreu no Hokkaido Spaceport (HOSPO), na cidade japonesa de Taiki, em Hokkaido, e "mostrou o potencial do biometano como combustível de foguete sustentável".

O biometano líquido foi feito inteiramente a partir do gás derivado do esterco de vaca de duas fazendas leiteiras locais, segundo contou à AFP o diretor executivo da Interstellar Technologies, Takahiro Inagawa. "Estamos fazendo isso não apenas porque é bom para o meio ambiente, mas porque pode ser produzido localmente, é muito econômico e é um combustível com alto desempenho e alta pureza", ele explica.

O motor envolvido no teste lançou uma chama azul e laranja de 10 a 15 metros horizontalmente para fora de uma porta aberta por cerca de 10 segundos. "Não acho que seja um exagero assumir que isso será replicado... em todo o mundo", disse Inagawa. "Somos a primeira empresa privada a fazer isso".

A câmara de combustão do ZERO, foguete movido a Biometano Líquido (LBM) — Foto: Interstellar Technologies
A câmara de combustão do ZERO, foguete movido a Biometano Líquido (LBM) — Foto: Interstellar Technologies

O metano líquido emergiu como alternativa sustentável ao gás natural liquefeito (GNL). O combustível de estrume de vaca é produzido pela separação e refinação do metano e subsequentemente liquefação a aproximadamente -160°C. Ele atinge a mesma pureza elevada (99% ou superior) que os combustíveis convencionais para foguetes usados ​​no passado.

A Interstellar Technologies uniu forças com a empresa produtora de gases industriais Air Water, que trabalha com agricultores locais donos de equipamentos em suas fazendas para processar o esterco de vaca. A companhia então coleta e transforma os resíduos em combustível de foguete.

Teste de fogo estático da câmara de combustão do foguete ZERO — Foto: Interstellar Technologies
Teste de fogo estático da câmara de combustão do foguete ZERO — Foto: Interstellar Technologies

O Japão, pobre em recursos, "deve garantir energia neutra em carbono produzida domesticamente agora", disse Tomohiro Nishikawa, engenheiro da Air Water. "A matéria-prima das vacas desta região tem muito potencial", acrescentou.

O biogás derivado do estrume dos animais já está sendo usado como combustível ao redor do mundo, inclusive para alimentar ônibus na cidade indiana de Indore. Apesar de sua queima também liberar gases de efeito estufa, deixá-lo degradar naturalmente também emite poluentes, e os bichos de fazenda poluem cursos d'água e solo.

Como opção sustentável, o biometano da Air Water já está sendo usado por uma fazenda leiteira local e outras fábricas, para aquecer residências e alimentar caminhões e navios. Eiji Mizushita, agricultor envolvido no projeto, cria 900 vacas-leiteiras que geram ao todo mais de 40 toneladas de esterco todos os dias.

A fazenda de Mizushita possui um sistema industrial para coletar automaticamente os resíduos, fermentá-los e transformá-los em biogás, fertilizante e materiais de cama reciclados para seus animais. A venda de biogás amplia a renda do agricultor em apenas cerca de 1%, mas ele acredita que o esforço vale a pena.

Mizushita se diz animado em pensar que os resíduos de vaca poderiam ser usados para fazer um foguete voar. "Também acredito que o governo e a sociedade deveriam dar uma olhada mais séria na importância da energia renovável natural e incentivar sua produção", ele disse, à AFP.

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