Biologia

Por Redação Galileu

Um raro canguru-arborícola (Dendrolagus) nasceu no Zoológico de Chester, na Inglaterra, trazendo esperanças a especialistas de um programa de reprodução que deseja salvar sua espécie ameaçada de extinção.

O nascimento do pequeno filhote, chamado Joey, foi divulgado pelo zoo na última quarta-feira (25) em publicação no Facebook. “Os especialistas aqui no zoológico conseguiram captar cuidadosamente os estágios iniciais do Joey dentro da bolsa da mãe usando uma câmera de endoscópio especial”, disse a instituição.

Em comunicado, o Zoológico de Chester informou que a câmera é inserida na bolsa da mãe do filhote, Kitawa, uma vez a cada algumas poucas semanas. É a primeira vez em seus 91 anos de história que o zoo reproduz a espécie, cuidada no Reino Unido somente por este e outro zoológico.

“Este é um verdadeiro momento de comemoração para a equipe e nossos esforços para proteger esta espécie altamente ameaçada”, declarou Dave White, Gerente de Equipe do zoológico. “Com pouco conhecimento sobre essas criaturas tímidas e esquivas, estamos em uma posição única para captar e documentar todo o processo em torno do desenvolvimento do Joey de Kitawa.”

Filhote de canguru-arborícola nasce em zoológico da Inglaterra — Foto: Chester Zoo
Filhote de canguru-arborícola nasce em zoológico da Inglaterra — Foto: Chester Zoo

Ainda segundo o porta-voz, os cangurus-arborícolas têm um dos nascimentos mais complexos do reino animal. O canguru nasce muito pequeno e subdesenvolvido, com o tamanho de uma jujuba. Com os olhos ainda bem fechados, ele sobe instintivamente pela barriga da mãe e entra em sua bolsa seguindo um canal que ela demarcou lambendo o pelo.

Uma vez seguro na bolsa, o pequeno canguru recebe toda a nutrição de que precisa enquanto se desenvolve por mais seis meses. “O novo bebê em breve sairá totalmente da bolsa e começará a pular e aprender a subir em árvores, sob o olhar atento da mãe”, disse White. “É quando poderemos determinar se é macho ou fêmea e dar um nome adequado ao filhote”.

De acordo com a sociedade de conservação animal australiana Taronga, o tamanho de um canguru-arborícola adulto varia de 55 a 64 centímetros, com o rabo dele alcançando até 76 centímetros. O peso do herbívoro, que vive em média 8 anos na natureza e 14 anos em cativeiro, varia de 6 a 10 kg.

A espécie usa seus membros fortes para escalar e sua cauda para se equilibrar nas árvores em que vive. O animal marsupial é nativo das florestas tropicais montanhosas de Papua Nova Guiné, onde está sob ameaça de caça e destruição de habitat – tendo perdido mais da metade de sua população nos últimos 30 anos.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) listou a espécie como ameaçada de extinção em 2016, com os conservacionistas pedindo um monitoramento mais próximo dos animais em sua área nativa.

“Esses animais notáveis ​​sofreram tremendamente na natureza. Eles são caçados por sua carne e seu habitat está desaparecendo à medida que as florestas são derrubadas para a extração de madeira e para dar lugar a plantações de café e arroz”, contextualiza White.

O especialista acrescenta que o zoológico de Chester colabora com parceiros e comunidades locais em áreas do Sudeste Asiático. O objetivo é normalizar práticas agrícolas sustentáveis​ e ajudar a evitar mais desmatamento em toda a região, "protegendo o que resta das preciosas florestas – lar de muitas das espécies mais ameaçadas do mundo, como o canguru-arborícola de Goodfellow”, diz.

Confira no vídeo o momento incrível em que Joey saiu da bolsa da mãe Kitawa pela primeira vez:

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