Ao usar o método de escaneamento 3D em pedras rúnicas, pesquisadores descobriram inscrições dedicadas a uma poderosa rainha viking da Dinamarca.
Realizado por pesquisadores do Museu Nacional da Dinamarca, do Conselho Nacional de Patrimônio Sueco e do Conselho Administrativo Municipal do Oeste da Suíça, o estudo foi publicado no periódico Antiquity na última quarta-feira (11).
O primeiro grupo de pedras, chamado Jelling, foi erguido pelo rei Haroldo Bluetooth, fundador do estado dinamarquês, em homenagem aos seus pais, Gorm e Thyra. O segundo grupo, Ravnunge-Tue, também mencionam uma mulher chamada Thyra. A teoria dos autores do estudo é que esses dois grupos de rochas se referem à mesma pessoa. Se isso for confirmado, Thyra se tornaria a pessoa mais mencionada em pedras rúnicas da Era Viking da Dinamarca.
"Queríamos ver se conseguíamos encontrar os mesmos entalhes de runas em algumas dessas rochas, para que pudéssemos conectar as pedras Ravnunge-Tue com as Jelling", disse dr. Lisbeth M. Imer, pesquisadora do Museu Nacional da Dinamarca e uma das autoras da pesquisa, em comunicado. "Se houvesse uma conexão, as chances de as rochas se referirem à mesma mulher, Thyra, mãe de Haroldo Bluetooth, seriam altas."
Análise das runas
Para testar essa teoria, Imer e seus colegas construíram modelos 3D das rochas rúnicas e analisaram o formato e as técnicas de entalhe usadas para registrar as runas, bem como a linguagem usada. Eles compararam os sulcos entalhados de pedras rúnicas bem preservadas para identificar as diferentes marcas. As semelhanças entre as runas da rocha Læborg, do grupo Ravnunge-Tue, e a Jelling 2 sugere que foram entalhadas pela mesma pessoa.
Isso significa que existe, de fato, uma grande possibilidade de as runas de ambas os grupos fazerem referência à mesma pessoa: a rainha Thyra. Acredita-se que ela foi poderosa e celebrada, provavelmente tinha terrenos, além de autoridade própria, não só por meio de seu marido.
"Nenhum outro homem ou mulher na Dinamarca foi mencionado tantas vezes em pedras rúnicas e isso ressalta sua importância inegável por reunir o reino sob o comando de seu filho, Haroldo Bluetooth", afirmou Imer.
De acordo com o estudo, "a combinação das análises presentes e da distribuição geográfica das pedras rúnicas indica que Thyra foi uma das figuras chave — ou até mesmo a figura chave — para unir o reino dinamarquês".
A descoberta também sugere que as mulheres podem ter tido mais influência e poder na Era Viking dinamarquesa do que se acreditava até então.