• Marília Marasciulo
Atualizado em
5 curiosidades sobre a história e o acervo do Museu do Louvre (Foto: Wikimedia Commons)

5 curiosidades sobre a história e o acervo do Museu do Louvre (Foto: Wikimedia Commons)

O Museu do Louvre foi inaugurado em Paris no dia 10 de agosto de 1793, quatro anos após a queda da Bastilha. Antes residência oficial da monarquia, o majestoso palácio foi ocupado e nacionalizado pelos revolucionários, que o transformaram em um símbolo da república ao criar um museu aberto ao público. Desde então, tornou-se também um símbolo do poder e dos ideais franceses e ocidentais.

Ao longo de mais de dois séculos, o Louvre conseguiu manter sua importância e é hoje o museu mais conhecido e visitado de todo o mundo. Também é casa de algumas das principais obras de arte do Ocidente, entre elas Mona Lisa e Vênus de Milo. Para celebrar o aniversário do museu, selecionamos cinco marcos de sua história:

1. O museu em números

O Museu do Louvre é o mais conhecido e visitado do mundo. Em 2019, antes da pandemia, recebeu 9,6 milhões de visitantes, ou 40 visitantes por minuto. Em seus 6 hectares de área estão expostas 38 mil obras de arte – de um total de 615 mil no acervo completo.

Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é a principal obra do acervo do Museu do Louvre (Foto: Mario Sánchez Prada/Wikimedia Commons)

Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é a principal obra do acervo do Museu do Louvre (Foto: Mario Sánchez Prada/Wikimedia Commons)

Dessas, a principal é Mona Lisa, obra-prima de Leonardo da Vinci, que atrai 20 mil visitantes por dia. Já a obra mais antiga do Louvre tem 9 mil anos de idade: uma estátua do sítio arqueológico de Aïn Ghazal, na Jordânia.

2. Louvre e a revolução

O Palácio do Louvre foi construído no século 12 como uma fortaleza. No século 16, virou a residência oficial da família real. Até que veio a Revolução Francesa em 1789, encerrando a monarquia e expulsando a aristocracia de seus castelos. Por todo o país, palácios e igrejas foram saqueados e nacionalizados – incluindo o Louvre, que já abrigava importantes obras de arte. Foi, então, inaugurado como museu público em 1793. Essa mudança teve um forte simbolismo, uma vez que a antiga casa do rei e os tesouros reais passaram a ser frequentados por todos os cidadãos.

3. Casamento do Imperador

Napoleão Bonaparte, em sua ânsia de conquistar e exibir suas façanhas, transformou o Louvre em um de seus principais meios de propaganda. Os salões do palácio foram decorados com os espólios de suas conquistas militares, como coleções papais do Vaticano e achados arqueológicos do Egito.

Apartamento de Napoleão Bonaparte no Museu do Louvre (Foto: Wikimedia Commons)

Apartamento de Napoleão Bonaparte no Museu do Louvre (Foto: Wikimedia Commons)

O imperador deu tanta importância ao museu que decidiu mudar seu nome para Museu Napoleão, e também o escolheu como local de seu segundo casamento, com Maria Luísa da Áustria, em 1810.

4. Ameaça nazista

Desde a inauguração, o Louvre foi um símbolo do poder e dos ideais franceses. Até ser ameaçado pela invasão da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda no início do conflito, antes mesmo da ocupação em junho de 1940, a direção do museu decidiu remover e esconder suas obras mais importantes.

Algumas das principais, como Mona Lisa, foram transferidas para o Château de Chambord, e esculturas como a Vênus de Milo, para o Château de Valençay, ambos ao sul de Paris. Salvas das mãos dos nazistas, as obras começaram a retornar para o Louvre a partir da liberação da França.

5. O que é arte?

Por sua dimensão e importância, a curadoria de arte do Museu do Louvre tem grande poder em definir o que é ou não arte. Por muito tempo, as alas seguiam uma narrativa cronológica dos pilares da arte ocidental: Egito, Grécia, Roma, Itália Renascentista e Arte Francesa. O que não fazia parte disso, como arte das colônias francesas na África, não ganhavam espaço nos corredores.

Essa mentalidade fazia sentido no passado, mas começou a levantar polêmicas a ponto de passar a ser questionada na década de 1980. Nos anos 2000, foi inaugurado o Pavillon des Sessions, que reúne no Museu do Louvre galerias com obras da África, da Oceania, da Ásia e das Américas – ainda que um pouco apartadas da exposição principal.