• Beatriz Gatti e Bernardo França
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Albert Einstein: 5 fatos pouco conhecidos da vida do físico (Foto: Ilustração: Bernardo França)

Albert Einstein: 5 fatos pouco conhecidos da vida do físico (Ilustração: Bernardo França)

Em 14 de março de 1879, nascia um dos cientistas mais brilhantes da história. Reconhecido internacionalmente, Albert Einstein influenciou milhares e também foi influenciado por importantes figuras ao redor do mundo.

A genialidade foi tamanha a ponto de seu cérebro ser roubado para estudo após sua morte, em 1955. Da música a políticas de guerra, percorrendo Brasil e Israel, confira cinco fatos sobre a obra, a vida e (até depois dela) do autor da Teoria da Relatividade.

Albert Einstein: 5 fatos pouco conhecidos da vida do físico (Foto: Ilustração: Bernardo França)

Albert Einstein: 5 fatos pouco conhecidos da vida do físico (Foto: Ilustração: Bernardo França)

1. Violino como inspiração

Einstein tinha uma grande paixão pela música e uma relação especial com o violino (Foto: Ilustração: Bernardo França)

Einstein tinha uma grande paixão pela música e uma relação especial com o violino (Ilustração: Bernardo França)

Quando criança, Einstein detestava as aulas de violino incentivadas por sua mãe, Pauline, uma talentosa pianista. O grande responsável por reverter a implicância pelo instrumento foi o compositor Wolfgang Amadeus Mozart. A partir do primeiro momento em que Einstein, aos 13 anos, ouviu as obras do austríaco, o futuro físico descobriu uma paixão pela música.

Décadas depois, o primeiro filho de Einstein, Hans Albert, confirmou que a admiração pelo violino se refletia nas muitas madrugadas em que encontrava seu pai na cozinha pensando sobre problemas enquanto tocava violino. “De repente, ele dizia: 'Entendi!”. Como se, por inspiração, a resposta para o problema tivesse chegado a ele no meio da música", contou Hans Albert a Peter Bucky, amigo de Einstein e autor do livro The Private Albert Einstein (A Vida Privada de Albert Einstein, em tradução livre).

2. Visita ao Brasil

Einstein visitou o Brasil em 1925 (Foto: Ilustração: Bernardo França)

Einstein visitou o Brasil em 1925 (Ilustração: Bernardo França)

Quatro anos após receber o Prêmio Nobel de Física — em 1921 —, Einstein visitou o Brasil como parte de uma viagem à América do Sul, na qual também foi à Argentina e ao Uruguai. Fez uma rápida escala no Rio de Janeiro antes de embarcar para Buenos Aires, mas voltou para a cidade brasileira vindo de Montevidéu e ficou aqui por uma semana.

A primeira impressão foi fascinante. “Deliciosa mistura étnica nas ruas. Portugueses, indígenas e negros em cada canto de rua. Espontâneos como plantas, subjugados pelo calor”, escreveu sobre o povo brasileiro em seu diário. A flora do Brasil também chamou sua atenção, principalmente durante a visita ao Jardim Botânico carioca, espaço que segundo ele “superaria o sonho das mil e uma noites”.

Foi também neste momento que Einstein demonstrou um sutil carinho pelo país. “O problema que minha mente formulou foi respondido pelo luminoso céu do Brasil”, disse ele fazendo referência ao eclipse solar observado e estudado em Sobral, no Ceará, em 1919. No estudo, cientistas britânicos confirmaram a hipótese da curvatura da luz feita por Einstein, que contribuiu para a validação de sua Teoria da Relatividade.

3. Arrependimento atômico

Einstein se arrependeu de carta enviada a Franklin D. Roosevelt (Foto: Ilustração: Bernardo França)

Einstein se arrependeu de carta enviada a Franklin D. Roosevelt (Ilustração: Bernardo França)

Em 1939, uma carta assinada por Einstein foi enviada ao então presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt. Nela, o norte-americano era alertado sobre a possibilidade de a Alemanha estar desenvolvendo bombas atômicas por meio da fissão de urânio.

A partir de então, os EUA criaram o Projeto Manhattan, responsável pela produção das bombas nucleares lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945. Anos depois, segundo Linus Pauling, químico que era amigo de Einstein, o físico se arrependera profundamente de ter assinado a carta. Em entrevista à revista Newsweek, ele afirmou que, se soubesse que os alemães não seriam capazes de desenvolver, com sucesso, uma bomba atômica, não teria feito nada.

4. Quase presidente de Israel

O cargo de presidente de Israel foi oferecido a Einstein (Foto: Ilustração: Bernardo França)

O cargo de presidente de Israel foi oferecido a Einstein (Ilustração: Bernardo França)

Einstein poderia ter sido um presidente, se quisesse. Em 1952, após a morte do primeiro presidente de Israel, Chaim Weizmann, o cargo vacante foi oferecido ao físico. Quem fez o convite foi o então primeiro-ministro do país, Ben-Gurion, sob a chancela do embaixador em Washington, Abba Eban.

Einstein se disse profundamente tocado pela oferta, mas recusou por considerar que não era qualificado na área de relações humanas e por não estar de acordo em aceitar funções nas quais não pudesse corresponder às expectativas. Respondeu ainda afirmando que seu “desejo ardente era a contemplação ininterrupta” do mundo natural e físico.

5. Cérebro desaparecido

O cérebro de Einstein foi roubado por um médico (Foto: Ilustração: Bernardo França)

O cérebro de Einstein foi roubado por um médico (Ilustração: Bernardo França)

“Quero ser cremado para que as pessoas não venham venerar meus ossos.” Se com os ossos o desejo de Einstein deu certo, com o cérebro, não. O patologista Thomas Harvey foi além da autópsia simples que identificou um aneurisma da aorta abdominal como causa da morte do gênio. Sem permissão, ele abriu o crânio do físico, retirou seu cérebro e o levou para casa em um pote de vidro, onde o manteve por 40 anos. 

A ação enfureceu o filho de Einstein que, posteriormente, acabou convencido a autorizar os estudos sobre o cérebro do pai. Harvey fatiou o órgão em 240 blocos na esperança de encontrar pistas sobre a genialidade do alemão. Nada grandioso foi descoberto, apesar de muitas pesquisas terem sido feitas.

Em 1997, o cérebro foi devolvido à neta de Einstein após uma jornada no mínimo curiosa retratada no livro Conduzindo sr. Albert (Companhia das Letras), escrito pelo norte-americano Michael Paterniti. O autor relata que, em busca de mais informações sobre a história do rapto do cérebro de Einstein, procurou Thomas Harvey e acabou em uma viagem de carro que durou 11 dias, percorreu 6,5 mil quilômetros e cujo intuito era entregar as fatias cerebrais à herdeira do físico.