• Redação Galileu
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Estudo explica por que você deveria sempre dormir em um quarto escuro (Foto: Quin Stevenson/Unsplash)

Estudo explica por que você deveria sempre dormir em um quarto escuro (Foto: Quin Stevenson/Unsplash)

Luzes de ar-condicionado e do computador, televisão ligada, ruas iluminadas o dia todo... Está cada vez mais difícil dormir em um lugar totalmente escuro, e isso pode prejudicar substancialmente a saúde cardiovascular e metabólica. O alerta vem de estudo da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, publicado na última segunda-feira (14) no periódico PNAS.

“Apenas uma única noite de exposição à iluminação moderada durante o sono pode afetar a regulação cardiovascular e de glicose, que são fatores de risco para doenças cardíacas, diabetes e síndrome metabólica”, afirma Phyllis Zee, autora sênior da pesquisa e chefe da Divisão de Medicina do Sono da Escola Feinberg da Universidade Northwestern, em comunicado.

A exposição à luz durante o dia comprovadamente aumenta a frequência cardíaca a partir da ativação do sistema nervoso simpático, que acelera o coração e aumenta o estado de alerta para o funcionamento ativo do corpo. A questão é que, de acordo com os resultados do estudo, o mesmo ocorre se há exposição durante o sono, ainda que ela seja branda.

“Mesmo que você esteja dormindo, seu sistema nervoso autônomo está ativado. Isso é ruim. Normalmente, sua frequência cardíaca, juntamente com outros parâmetros cardiovasculares, é menor à noite e maior durante o dia”, explica a coautora e professora assistente de pesquisa de neurologia na Northwestern, Daniela Grimaldi.

A exposição à luz aumenta a frequência cardíaca atrav��s da ativação do sistema nervoso simpático.  (Foto: Alexandra Gorn/Unsplash)

A exposição à luz aumenta a frequência cardíaca através da ativação do sistema nervoso simpático. (Foto: Alexandra Gorn/Unsplash)

Participaram do estudo adultos de 18 a 40 anos que costumam ir para a cama entre 21h e 1h e dormem de 6,5 horas a 8,5 horas por noite. Durante a investigação, eles passaram três dias e duas noites no laboratório.

Uma semana antes da estadia, passaram por um acompanhamento para que os autores entendessem seus hábitos e os reproduzissem na clínica. Os voluntários foram aleatoriamente divididos em dois grupos: um dormiu em um quarto com claridade e outro passou a noite em um local com luz fraca.

Na turma que dormiu com maior exposição à luz, os investigadores constataram resistência à insulina na manhã seguinte. Isso acontece quando as células de músculos, gordura e fígado não respondem bem a esse hormônio e, assim, não conseguem usar a glicose do sangue para obter energia. Para compensar, o pâncreas produz mais insulina, aumentando o açúcar no sangue. A longo prazo, isso pode causar diabetes.

As recomendações de Phyllis para uma noite mais saudável de sono são, primeiramente, o uso de iluminação fracaa ao nível do chão, se for imprescindível tê-las. Depois, optar por luzes amareladas ou alaranjadas em vez de brancas ou azuis. Por último, utilizar cortinas blackout ou máscaras de dormir para evitar ao máximo o contato com a luz durante o descanso noturno. Na dúvida, faça o teste: “Se você consegue ver as coisas muito bem, provavelmente está muito claro”, orienta Zee.