• Redação Galileu
Atualizado em
Pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver um quadro grave de Covid-19  (Foto: Pexels/TesaPhotography)

50% dos diabéticos não tem acesso à insulina, alerta OMS (Foto: Pexels/TesaPhotography)

O uso de insulina para diabéticos é essencial, pois evita riscos de falha nos rins, cegueira e até amputação de membros do corpo. Porém, infelizmente, só uma a cada duas pessoas com diabetes do tipo 2 têm acesso ao hormônio no mundo, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado na última sexta-feira (12).






A estimativa aponta que o planeta tem cerca de 60 milhões de pessoas com diabetes dessa categoria, relacionada ao sobrepeso e à hipertensão. Isso significa, portanto, que 30 milhões desses indivíduos ainda sofrem com a falta de acesso ao hormônio —  mesmo um século após sua formulação farmacêutica, em 1921, pelo cirurgião canadense Frederick Banting e seu assistente Charles Best.

De acordo com comunicado da OMS, o “preço alto, pouca disponibilidade e poucos produtores dominando este mercado” são as principais barreiras ao acesso universal à insulina. Além do mais, as falhas nos sistemas públicos de saúde também contribuem com o problema.

Tedros Ghebreyesus, diretor da organização, lembra que os dois profissionais responsáveis pela purificação do produto, há 100 anos, “se recusaram a lucrar com o feito e venderam a patente por apenas um dólar”. Porém, o porta-voz explica que, “infelizmente, o gesto de solidariedade foi ofuscado por uma indústria multibilionária, que criou várias lacunas” ao acesso à insulina.

E essa desigualdade também tem amplitude geográfica: o relatório da OMS revela que três entre quatro pessoas vivendo com diabetes do tipo 2 estão fora da Europa e da América do Norte, mas representam menos de 40% das receitas com a venda da insulina.

Quando se trata de diabetes do tipo 1, doença relacionada à deficiência na produção do hormônio no pâncreas, cerca de 9 milhões de pessoas que precisam de insulina conseguem ter uma vida normal. Porém, apenas três multinacionais atualmente controlam mais de 90% desse mercado, segundo a entidade.

Em resposta à falta de acesso, a OMS afirma que trabalha com países e fabricantes para aumentar a disponibilidade a um medicamento que pode salvar vidas de diabéticos. Nos últimos meses, foram realizados também diálogos com várias empresas, sendo que a indústria se comprometeu com algumas ações, tal como criar uma política para facilitar o acesso à insulina biossimilar, uma versão análoga.






Além disso, o relatório cita várias recomendações para tornar o hormônio mais acessível, como acelerar a produção, diversificando a base manufatureira; e garantir que a ampliação seja acompanhada de um diagnóstico rápido, com maior acesso também aos aparelhos para medir os níveis de açúcar no sangue e injetar a insulina.