• Redação Galileu
Atualizado em
Novo estudo analisa consequências para a saúde de uma dieta sem carne (Foto: Pexels)

Muitos brasileiros higienizam frutas, verduras e legumes apenas em água corrente, enquanto a recomendação de cientistas é que se utilize uma solução clorada (Foto: Pexels)

Lavar o frango na pia, transportar alimentos frios fora de bolsas térmicas e deixar a carne descongelando fora da geladeira são apenas alguns dos hábitos de brasileiros na cozinha que podem contribuir para o aumento de DTA’s, as doenças transmitidas pelos alimentos. É isso que pesquisadores do Centro de Pesquisas em Alimentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Universidade de São Paulo (USP) concluíram em um novo estudo.

Para chegar à lista de maus hábitos de higiene dos brasileiros em relação aos alimentos, a pesquisa ouviu 5 mil pessoas de todos os estados, a maior parte delas mulheres entre 25 e 35 anos e que vivem com uma renda familiar entre quatro e 10 mil salários mínimos.

Entre as entrevistadas, 46,3% afirmaram que lavam carnes na pia, um hábito que, segundo os pesquisadores, é perigoso por espalhar patógenos no ambiente por onde outros alimentos vão passar. Muitas pessoas também costumam comer carnes malcozidas, ao passo que o recomendado é que os alimentos sejam cozidos a pelo menos 74 ºC para eliminar organismos que causam doenças. Comer ovos crus e higienizar as verduras apenas em água corrente são outros dos principais erros de higiene.

Já outros hábitos nocivos investigados pelos cientistas são um pouco menos intuitivos – e talvez por isso mesmo praticados quase por todo mundo. Cerca de 81% dos entrevistados responderam, por exemplo, que usam sacolas plásticas para transportar alimentos refrigerados ou congelados do supermercado para casa, como laticínios e carnes. Considerando as temperaturas médias do Brasil, o mais recomendado seria utilizar algum tipo de recipiente térmico, como uma bolsa, para fazer esse trajeto.

Mas o estudo não traz só notícia ruim. Além de ouvir milhares de pessoas, os pesquisadores da USP também resolveram medir a temperatura de geladeiras de 216 casas em São Paulo, e descobriram que a grande maioria delas (91%) seguia a faixa de temperatura recomendada, entre 0 e 10 ºC.

Os dados coletados na pesquisa resultaram na publicação de uma cartilha instrutiva que orienta a população sobre a melhor forma de armazenar os alimentos na geladeira. O material pode ser consultado aqui.