• Redação Galileu
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Micrografia eletrônica de transmissão de partículas do vírus SARS-CoV-2 (verde) dentro de endossomos de uma célula epitelial olfativa nasal altamente infectada. (Foto: NIAID)

Micrografia eletrônica de transmissão de partículas do vírus SARS-CoV-2 (verde) dentro de endossomos de uma célula epitelial olfativa nasal altamente infectada. (Foto: NIAID)

Desde o início de dezembro, a comunidade científica internacional monitora BA.2, uma sublinhagem da variante ômicron do coronavírus Sars-CoV-2 Já no último mês de 2021, identificou-se nessa versão do vírus a ausência de uma mutação no gene S que permitia a detecção rápida da cepa nos testes RT-PCR. Embora ainda haja mais perguntas do que respostas, os especialistas também notaram que ela tem ganhado espaço entre os infectados.

Na última quinta-feira (20), o Instituto Statens Serum, na Dinamarca, revelou que na 52ª semana de 2021 (a do dia 27 de dezembro), BA.2 correspondia a 20% de todos os casos de Covid-19 no país. Já na segunda semana de 2022, essa versão da ômicron era responsável por 45% dos diagnósticos. Nesse período, a frequência da sublinhagem BA.1 da cepa caiu.

De acordo com o instituto dinamarquês, BA.1 e BA.2 têm mais diferenças do que similaridades, embora sejam consideradas a mesma variante. “Na verdade, a diferença entre BA.1 e BA.2 é maior que a diferença entre a variante original [identificada em Wuhan, na China, em 2019] e a variante Alfa [detectada no Reino Unido em novembro de 2020]”, diz o Statens Serum, em nota.

A preocupação se deve à possibilidade de que essas variações impliquem mudanças na infectividade do Sars-CoV-2, na eficiência das vacinas ou mesmo na gravidade da Covid-19. Vale frisar, no entanto, que isso ainda não foi demonstrado.

Casos no Reino Unido

Em um relatório publicado no último dia 14 de janeiro, a UK Health Security Agency declarou que monitora separadamente a sublinhagem BA.2 da ômicron. Segundo o órgão, em 1º de janeiro de 2022 essa versão da cepa representava 5% dos testes positivos para Covid-19, mas esse índice vem crescendo desde então.

Com isso, a agência britânica considera que a identificação da variante pelo teste PCR “já não é suficiente para avaliar a propagação da ômicron como um todo”, levando em conta o fato de a sublinhagem não ser detectada no procedimento.

Na última quarta-feira (19), o virologista Tom Peacock, do departamento de infectologia do Imperial College, em Londres, informou no Twitter que BA.2 já representa a maioria dos casos em parte da Índia e nas Filipinas. “Observações *muito* iniciais na Índia e Dinamarca sugerem que não há diferença dramática na gravidade em comparação com BA.1”, escreveu Peacock, acrescentando que mais dados devem aparecer nas próximas semanas.

“Então, quão preocupados devemos estar? Aqueles que trabalham em sequenciamento/vigilância devem ficar de olho em BA.2 (e muito provavelmente já estão!)”, sugere o especialista. “Pessoalmente, não tenho certeza se BA.2 terá um impacto substancial na atual onda de ômicron da pandemia”, especula Peacock.